Atriz e diretora, uma das fundadoras do grupo Ornitorrinco nos anos 1970, morreu nesta quarta-feira (3) com quadro grave de pneumonia. A atriz e diretora Maria Alice Vergueiro, de 85 anos. Acervo Pessoal A atriz e diretora Maria Alice Vergueiro, que morreu nesta quarta-feira (3) aos 85 anos, ficou conhecida no país inteiro com o vídeo viral "Tapa na pantera", de 2006, mas construiu sólida e importante carreira no teatro. Uma das fundadoras do grupo Ornitorrinco ao lado de Luiz Roberto Galízia e Cacá Rosset em 1977, ela estreou no palcos na peça "A Mandrágora", do Teatro de Arena, em 1962. No Teatro Oficina, no qual passou a integrar em 1971, participou da peça e do filme de "O rei da vela", de Oswald de Andrade, dirigidos por José Celso Martinez Corrêa. Em uma viagem a Portugal, onde começou a dar aulas, atuou na montagem de "Galileu Galilei", também comandada pelo dramaturgo, no exílio. Morre aos 85 anos a atriz e diretora de teatro Maria Alice Vergueiro Depois de retornar, esteve ainda em peças como "A ópera do malandro", de Chico Buarque, e "O Percevejo". Em 1986, trabalhou em "Katastrophé", reunião de quatro peças curtas de Samuel Beckett, com direção de Rubens Rusche. Com o diretor Gerald Thomas, atuou em "Eletra Com Creta". Três anos depois, participou de "O Doente Imaginário", nova criação com o Ornitorrinco. Dirigiu e atuou em "Dom Pirlimplim com Belisa em seu Jardim", de Federico García Lorca, em 1992. Em 1995, retornou à direção com "Quíntuplos", de Luis Rafael Sanches. Ao longo dos anos, ganhou o título de dama do underground no teatro paulistano. 'Tapa na pantera' Apesar da longa carreira nos palcos, se aventurou também em outros meios. Com isso, ficou conhecida do grande público ao protagonizar o curta-metragem de ficção "Tapa na pantera" um dos primeiros virais da internet brasileira, em 2006. Dirigido por Esmir Filho, Mariana Bastos e Rafael Gomes, o vídeo foi apresentado no 14° Festival de Gramado, na categoria independente. Através de adaptações de piadas populares, mostra com humor a relação de uma mulher sexagenária com o uso da maconha. Na televisão, participou de poucos projetos, como a novela "Sassaricando", em 1987, e a série "O Sistema", em 2007. No cinema, a atriz participou de filmes como "Maldita Coincidência" (1979) e "Romance" (1988), de Sérgio Bianchi, "Perfume de Gardênia" (1992), de Guilherme de Almeida Prado (1954) e "Urubus e Papagaios" (1985), de José Joffily Filho.