Moeda norte-americana recua a patamares de meados de março. Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira *4) REUTERS/Bruno Domingos O dólar opera em queda nesta quarta-feira (3), dando continuidade ao movimento da véspera, quando registrou a maior queda diária em quase 2 anos, diante do otimismo em relação a uma recuperação econômica global, embora tensões políticas locais e internacionais sigam no radar dos mercados. Às 14h56, a moeda norte-americana caía 2,49%, a R$ 5,0816. Veja mais cotações. Na mínima até o momento, chegou a R$ 5,0171, menor cotação intradia desde 13 de março (R$ 4,8799). Já o Ibovespa opera em alta de mais de 2%, se mantendo acima dos 93 mil pontos. Na terça-feira, o dólar fechou em queda de 3,25%, a R$ 5,2116, recuando a patamares de meados de abril. Foi a mais forte desvalorização percentual diária desde 8 de junho de 2018 (-5,59%), segundo a agência Reuters. Na parcial da semana, o dólar acumula queda de 2,34%. Em 2020, a moeda ainda tem alta de 29,97%. Até onde vai o dólar? Cenário externo e interno No exterior, os investidores continuam otimistas sobre uma recuperação econômica ante a queda provocada pelo coronavírus. Dados econômicos da China desta quarta-feira mostraram uma recuperação no setor de serviços em maio, enquanto números da zona do euro indicaram que o pior da crise na União Europeia ficou para trás, o que fortalecia as apostas numa retomada econômica nas principais potências mundiais. Além disso, nos Estados Unidos, o setor privado fechou bem menos vagas de trabalho do que o esperado em maio, com os empregadores demitindo outros 2,76 milhões de trabalhadores, contra expectativa de 9 milhões de perdas de emprego. No cenário local, os investidores seguem de olho no noticiário político e no afrouxamento das regras de isolamento social nos estados. Apesar da queda expressiva do dólar — que já perdeu muito terreno desde que ficou a poucos centavos de superar o patamar de R$ 6 no mês passado –, analistas não descartam a possibilidade de volatilidade daqui para frente diante das tensões políticas locais, entre o Executivo e o Judiciário, e nos EUA, em meio a protestos contra o racismo e a violência policial. Protestos contra o racismo continuam nos EUA mesmo com toque de recolher O dólar ainda acumula alta de mais de 25% contra o real no ano de 2020, impulsionado por um cenário de juros baixos e incertezas políticas e econômicas. Há algumas semanas, nesse contexto, a expectativa de boa parte dos mercados era de que a divisa iria superar os 6 reais. Agora, entre os analistas, uma recuperação definitiva do real ainda é incerta diante de riscos negativos como a possibilidade de uma segunda onda de contaminações por Covid-19. Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, conforme boletim "Focus" do Banco Central divulgado na véspera. A projeção passou de queda de 5,89% para um tombo de 6,25% em 2020. Já projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 5,03 por dólar para R$ 5,08 por dólar. Crise escancara desigualdade, e Brasil terá retomada lenta, dizem economistas Variação do dólar em 2020 Economia G1