Apetite chinês combinado com a alta do dólar criaram cenário positivo para a balança comercial do agronegócio em mais um mês do ano. Brasil é o principal exportador mundial de soja Fábio Scremim/APPA As exportações de soja, açúcar e café do Brasil dispararam em maio na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do governo publicados nesta segunda-feira (1º), impulsionadas pelo alto patamar do dólar em relação ao real, além de firmes compras da China. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a valorização do dólar frente ao real supera 30%, deixando o produto brasileiro mais competitivo. Os embarques de soja do Brasil atingiram 15,5 milhões de toneladas, versus 10 milhões no mesmo período do ano passado, mas ainda ficaram abaixo do recorde registrado em abril, quando as vendas externas ficaram acima de 16 milhões de toneladas, conforme informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A exportação da oleaginosa brasileira no mês passado configurou-se ainda como o segundo maior volume mensal da história, elevando o total embarcado em cinco meses para 49,1 milhões de toneladas, alta de 40% no ano. A firme demanda chinesa pela oleaginosa, fornecida em sua maioria pelo Brasil e pelos Estados Unidos, tem contribuído para aumentar as vendas externas da commodity. Em geral, a soja é processada na China e utilizada na alimentação dos suínos, em meio à recomposição de plantéis que foram dizimados pelo surto de peste suína africana no país desde o ano passado. A doença também contribuiu para aumentar as importações de carnes da China e as vendas externas de proteína animal do Brasil. Carnes Em maio, o Brasil exportou 155 mil toneladas de carne bovina in natura, alta de 24,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de aves subiram 4,34% para 372,5 mil toneladas, enquanto as de suínos saltaram 53,2%, para um recorde de 90,7 mil toneladas. Açúcar No caso do açúcar, os embarques somaram 2,7 milhões de toneladas em maio, ante 1,51 milhão no mesmo período de 2019. As usinas de cana do país têm privilegiado a produção do adoçante, ao invés de etanol, devido ao câmbio e aos preços atrativos para exportação. O biocombustível também segue prejudicado por medidas de isolamento contra o novo coronavírus. Café Ainda de acordo com os dados da Secex, as exportações de açúcar em maio atingiram o patamar mais elevado desde setembro de 2017, quando os embarques do produto bruto somaram 2,9 milhões de toneladas. Já as vendas externas de café verde atingiram cerca de 3,6 milhões de sacas de 60 kg no mês passado, ante 3,28 milhões um ano antes, e alcançaram o maior nível desde dezembro de 2018, quando os embarques somaram históricas 4 milhões de sacas, segundo dados do governo.