Estudo feito por economistas do fundo aponta que medidas de contenção provocaram enormes custos econômicos de curto prazo, mas salvarem centenas de milhares de vidas. O curso da crise global de saúde provocada pelo coronavírus e o destino da economia mundial estão inseparavelmente interligados. Assim, combater a pandemia é uma necessidade para a recuperação econômica , apontou nesta terça-feira (2) um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com o estudo, feito por quatro economistas da entidade, o "grande lockdown" – que inclui as medidas de distanciamento social, fechamento de atividades e restrição de circulação – gerou "enormes custos econômicos de curto prazo". Mas salvou "centenas de milhares de vidas".
A análise, baseada em uma amostra global, sugere que as medidas de contenção, ao reduzirem a mobilidade, foram muito efetivas em achatar a curva da pandemia.
"Por exemplo, as rigorosas medidas de contenção da Nova Zelândia – restrições a reuniões e eventos públicos, implantadas quanto os casos ainda estavam na casa de um dígito, seguidas por fechamentos de escolas e locais de trabalho, assim como ordens para que a população permanecesse em casa apenas alguns dias depois – provavelmente reduziram o número de fatalidades em mais de 90% em relação a uma linha base sem medidas de contenção", apontam os pesquisadores.
"Em outras palavras, os resultados sugerem que, em um país como a Nova Zelândia, o número de casos confirmados de morte por Covid-19 teria sido pelo menos dez vezes maior na ausência de rigorosas medidas de contenção".
Com coronavírus, economia deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz FMI
O estudo aponta que a intervenção precoce e o número de dias que cada país levou para implementar medidas de restrição após um número significante de casos teve um papel significativo no achatamento da curva de contágio – o que, por sua vez, estabeleceu as bases para o crescimento da doença no médio prazo.
Os efeitos das medidas de contenção também variaram dependendo das diferenças em cada país e de características sociais, com impactos mais severos em locais onde o frio produziu maior taxa de infecção e com a população mais idosas e mais vulnerável à infecção.
"Por outro lado, ter um forte sistema de saúde e baixa densidade populacional contribuiu para a efetividade das medias de contenção e estratégias de mitigação", diz o fundo.
A reação da sociedade às medidas também importou: países onde as medidas de confinamento resultaram em menos mobilidade, e portanto maior distanciamento social, registraram uma maior redução nos casos de infecção e morte por Covid-19.
"De todo modo, nossos resultados sugerem que, ainda que todas as medidas tenham contribuído para reduzir significativamente o número de casos e mortes por Covid-19, ordens para que a população permanecesse em casa parecem ter sido relativamente mais eficientes", aponta o estudo.
Initial plugin text