Twitter tomou atitudes contra publicações recentes do presidente, enquanto que Facebook não optou por manter comentários. Mark Zuckerberg falou de liberdade de expressão em discurso na Universidade Georgetown, em Washington, em 2019 Reprodução Funcionários do Facebook usaram o Twitter para criticar a decisão do presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, de não tomar atitudes contra um comentário inflamatório do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os funcionários elogiaram a empresa rival, que marcou a publicação de Trump, e reprovaram seu próprio empregador. Twitter marca mensagem de Trump sobre protestos por glorificar a violência Muitos funcionários de empresas de tecnologia como Facebook, Google e Amazon se tornaram ativos em temas políticos nos últimos anos, e têm cobrado de seus empregadores medidas e mudanças internas. De acordo com o jornal "The New York Times", funcionários da rede social organizaram um tipo de protesto on-line nesta segunda-feira (1°). Virtualmente, os trabalhadores entraram no sistema da empresa e solicitaram o dia de folga, para apoiar os protestos que estão acontecendo nos Estados Unidos. Segundo o jornal, alguns funcionários circularam petições e ameaçaram renunciar a seus cargos. As críticas a Zuckerberg marcam um raro caso de funcionários de alto nível se voltando contra as determinações da empresa, fundada há 15 anos. A agência Reuters afirmou ter visto pelo menos 3 críticas públicas, de pessoas na estrutura da rede social, que assumiram posições contrárias às de Zuckerberg. No ano passado, Zuckerberg preparou um discurso em que defendeu a empresa por não remover anúncios de políticos, mesmo que tivessem mentiras. "Não fazemos isso para ajudar políticos, mas porque nós acreditamos que as pessoas deveriam ver por elas mesmas o que os políticos estão dizendo", afirmou na ocasião. "Mark está errado, e vou me esforçar o máximo possível para fazê-lo mudar de ideia", escreveu Ryan Freitas, cuja conta no Twitter o identifica como diretor de design de produto do News Feed, do Facebook. Ele acrescentou que mobilizou mais de 50 pessoas com opiniões parecidas para fazer lobby por mudanças internas. Jason Toff, identificado como diretor de gerenciamento de produtos, escreveu: "Trabalho no Facebook e não tenho orgulho de como estamos aparecendo. A maioria dos colegas de trabalho com quem falei se sente da mesma maneira. Estamos fazendo nossa voz ser ouvida." Initial plugin text O Twitter colocou um alerta na sexta-feira em um tuíte de Trump que violava suas regras por "enaltecer a violência". O Facebook se recusou a tomar medidas sobre a mesma mensagem, com Zuckerberg dizendo em publicação que, embora ache as observações "profundamente ofensivas", a empresa decidiu que não violava sua política contra "incitações à violência". O Facebook não respondeu a um pedido de comentário sobre as críticas dos funcionários feito pela agência Reuters. Tweet de Trump marcado O Twitter marcou na última sexta-feira (29) uma mensagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os protestos de Minneapolis por considerar que "enaltece a violência". Embora considere que o tuíte viola suas regras, a rede social decidiu que o texto não será removido. "Este tuíte violou as regras do Twitter por glorificar a violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse do público que o tuíte permaneça acessível", explicou a rede social. Twitter marca postagens de Trump como notícias falsas O alerta do Twitter aconteceu um dia depois de o presidente americano assinar uma ordem executiva que questiona as leis de proteção às redes sociais, que geralmente evitam que os sites sejam processados por moderarem publicações dos usuários. A medida tem consequências mais políticas do que propriamente altera a legislação do setor. A decisão de Trump foi tomada após o Twitter marcar postagens de Trump com uma sugestão para que os usuários do site "checassem os fatos". As mensagens do presidente americano se referiam à votação nas eleições presidenciais de novembro deste ano. Nessas postagens, Trump insinuava que existe fraude no envio das cédulas aos eleitores pelos correios — o que é permitido pela legislação americana.