Banda ressalta na transmissão ao vivo que se sente em casa ao tocar no estádio de Belo Horizonte em que gravou show há dez anos. Skank em live no Mineirão Reprodução / Vídeo Resenha de live Artista: Skank Local: Mineirão (Belo Horizonte, MG) Data: 30 de maio de 2020, das 20h às 22h20m Cotação solidária: * * * * * ♪ O Skank saiu de casa na noite de sábado, 30 de maio, para fazer a primeira live de carreira que já totaliza três décadas. Mas, de certa forma, Samuel Rosa (voz e guitarra), Haroldo Ferretti (bateria), Henrique Portugal (teclados) e Lelo Zaneti (baixo) permaneceram em casa porque a transmissão ao vivo foi feita diretamente do Mineirão, nome popular do estádio de Belo Horizonte (MG), cidade natal da banda. Como ressaltou diversas vezes diante das câmeras o vocalista Samuel Rosa, o Estádio Governador Magalhães Pinto é como se fosse a casa do quarteto. E, de fato, a banda pareceu se sentir em casa no estádio onde, há dez anos, fez registro audiovisual de show perpetuado no álbum duplo e DVD Multishow ao vivo – Skank no Mineirão (2010), como também lembrou Samuel várias vezes durante as duas horas e 20 minutos da live. Iniciada pontualmente às 20h, com a imagem dos integrantes da banda nos corredores internos que dão acesso ao gramado do Mineirão, a transmissão ao vivo do Skank já entrou no ar em clima de jogo ganho. Afinal, a banda estava ali para enfileirar os hits colecionados em trajetória que entrará em recesso após a atual Turnê de despedida, momentaneamente interrompida por conta da pandemia do covid-19. Cumprindo o objetivo de dar “passada geral nessa longa caminhada”, como sintetizou o falante Samuel Rosa, o Skank bateu um bolão ao encadear sucessos tocados pelo quarteto mineiro com o reforço de músicos como Doca Rolim (guitarra) e Pedro Aristides (sopros). Entraram em campo quase todos os standards da banda no roteiro aberto com Dois rios (Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis, 2003) e encerrado com Vou deixar (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2003), curiosamente duas músicas do álbum Cosmotron (2003). Skank em live feita no estádio Mineirão na noite de sábado, 30 de maio Reprodução / Vídeo Mesmo tendo sido interrompido em vários momentos para que o vocalista e a apresentadora da live propagassem os nomes dos patrocinadores do evento, o jogo rolou redondo, com lances certeiros como Três lados (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2000), É uma partida de futebol (Samuel Rosa e Nando Reis, 1996) – música empolgante cujo clipe foi gravado no Mineirão – e Te ver (Samuel Rosa e Chico Amaral, 1994), número que caiu no suingue do groove da bateria de Haroldo Ferretti. Música pedida pelos fãs do grupo, Balada do amor inabalável (Samuel Rosa e Fausto Fawcett, 2000) foi floreada com solo dos teclados de Henrique Portugal. Tudo no tom habitual. Na primeira live, o Skank reproduziu o molde profissional do show da banda em transmissão que chegou a ser acompanhada simultaneamente por mais de 280 mil pessoas no canal oficial da banda no YouTube. Em vídeos pré-gravados, craques da música (como Jorge Ben Jor e Nando Reis) e do futebol (jogadores de times mineiros) saudaram o Skank no meio da partida. Mesmo que a ausência do público tenha diluído o calor habitualmente visto nas apresentações incendiárias da banda, o Skank saiu do Mineirão com (mais) uma goleada no vitorioso currículo, vencendo por 7 x 1 o alto astral provocado pela escalada de mortes de brasileiros pelo covid-19. A bem da verdade, com esse imbatível time de músicas em repertório que incluiu a recente grande canção Algo parecido (Samuel Rosa, 2018), o Skank venceria o jogo mesmo que tivesse entrado em campo adversário, sem se sentir confortavelmente em casa como no Mineirão.