Variedades desenvolvidas pela Embrapa aumentaram a produtividade, mas pequeno agricultor agora sente os impactos da pandemia. Produtores colhem mandioqunha no Sul de Minas
Agricultores de Minas Gerais já começaram a colheita da mandioquinha-salsa com a chegada dos meses mais frios do ano. Alguns deles têm apostado em duas novas variedades, que prometem ser mais resistentes e produtivas.
Desenvolvidas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), as mandioquinhas Catarina e Rúbia produzem até 80% mais raízes e praticamente não apresentam doenças em relação à espécie mais comum, a Senador. O visual e o paladar das três, porém, são bem parecidos.
Em Bueno Brandão, sul de Minas, o agricultor Célio Riciati passou a cultivar as duas variedades, mesmo ainda mantendo uma área com a Senador, e viu sua produção dobrar. "Desconfiei bastante, mas tentei, plantei e foi dando certo", disse Célio.
A família de Hellerson Rodrigues, de Munhoz, também no sul de Minas, cultiva três hectares de mandioquinha-salsa – agora todos ocupados por Catarina e Rúbia. "Até o ano passado tinha um pouco de Senador, mas eu parei", disse Hellerson.
Minas Gerais é o estado com maior produção do tubérculo, com 700 agricultores e 68 mil toneladas por ano.
Efeitos da pandemia
Com a chegada da pandemia do coronavírus, alguns desses agricultores têm sofrido com a queda na demanda e no preço da mandioquinha, correndo o risco de perderem toda a produção. Antes, a caixa saía por até R$ 150. Agora, caiu para cerca de R$ 60.
Para pequenos produtores, como é o caso de Célio Riciati, os efeitos são ainda maiores. "Vai diminuir pela metade, esse ano não da para plantar", disse.
Já os grandes produtores têm vantagens, como contratos com grandes supermercados. Carlos Henrique Silveira, diretor de uma empresa criada pelo tio, que processa 100 toneladas de mandioquinha por mês, prevê que as vendas do produto aumentarão certa de 15% este ano.
Entenda mais na reportagem completa no vídeo acima.
Créditos
Na reportagem, a equipe do Globo Rural utilizou imagens de duas publicações para ilustrar a reportagem:
“Barão de Nova Friburgo: impressões, feitos e encontros” (Luiz Fernando Folly, 2010 – Editora EBA Publicações – Escola de Belas Artes /UFRJ);
“Chácara do Chalet: pequena história de um sonho” (Luiz Fernando Folly, Luanda de Oliveira e Vanessa Melnixenco, 2010 – Editora EBA Publicações – Escola de Belas Artes /UFRJ).