Valdo Cruz: ‘Retirada de recursos do Brasil já é a maior dos últimos 29 anos’
Em nome da economia brasileira, que registrou uma retração de 1,5% no primeiro trimestre, o presidente Jair Bolsonaro precisa sair da zona do confronto e buscar harmonia principalmente com o Legislativo para aprovar medidas que garantam a retomada da atividade econômica.
O alerta está sendo feito pela própria equipe presidencial durante conversas nesta sexta-feira (29), depois que o IBGE divulgou os dados do desempenho da economia brasileira nos primeiros três meses do ano. Especialistas já preveem que o país deve registrar uma recessão de no mínimo 7% em 2020.
Ao blog, assessores presidenciais avaliaram que o clima de crise política, se perdurar, vai fazer a economia brasileira afundar ainda mais, podendo registrar um tombo acima de 10%. Além disso, o país ficaria totalmente despreparado para quando o pior da crise do coronavírus passar.
"O risco é nos perdermos em disputas políticas e não aproveitarmos esse momento, que deveria gerar um clima de consenso em torno do interesse da população, e deixarmos de aprovar todas as medidas que vão garantir a retomada do crescimento econômico", comentou um assessor presidencial.
PIB encolhe 1,5% com pandemia e economia regride ao patamar de 2012
Na avaliação dos assessores presidenciais, o presidente Jair Bolsonaro pode até conseguir reforçar sua posição junto a seu eleitorado com seu estilo de confronto. Mas, se a economia afundar, não vai adiantar nada: Bolsonaro ficaria isolado, tendo um grupo fiel a seu lado e o resto do país contra ele.
Por isso, Bolsonaro vai ser aconselhado a abandonar o estilo do "morde e assopra" e buscar um clima de harmonia, principalmente com o Congresso Nacional. A ideia é que a equipe econômica acerte com a cúpula do Legislativo a aprovação das medidas necessárias para a recuperação dos índices.
Foi nessa linha que o ministro da Economia, Paulo Guedes, conclamou todos os lados a abandonarem suas divergências e remarem na mesma direção, porque todos estão no mesmo barco.
No lado do Congresso Nacional, tanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), como o da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão emitindo sinais nesta direção, em busca da pacificação. O problema, neste momento, é que Bolsonaro está em guerra com o Judiciário, contaminando o clima político no país.
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