O corte da nota ocorreu após o grupo anunciar na terça-feira o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta quarta-feira (27) a nota do grupo Latam Airlines de ‘B1’ para ‘Ca’, com perspectiva negativa. O corte ocorreu após o grupo anunciar na terça o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. O rebaixamento da nota foi de seis graus na escala de risco da Moody’s e muda a classificação da Latam de grau altamente especulativo para nível de moratória com pequena expectativa de recuperação. Avião da companhia aérea Latam no pátio do Aeroporto Internacional de São Paulo Celso Tavares/G1 O grupo Latam incluiu no pedido de recuperação judicial as operações do Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos, e uma dívida de US$ 17,96 bilhões. As operações do Brasil, Argentina e Paraguai ficaram fora do pedido. A Moody’s estima que as perdas para os credores quirografários, sem garantias, podem ser maiores de 70%. Essa estimativa leva em conta o fato da companhia ter apresentado um caixa de cerca de US$ 1,3 bilhão na data do pedido de recuperação judicial. A companhia garantiu com os acionistas controladores um crédito de até US$ 900 milhões no formato DIP (“debtor in possession”, na sigla em inglês), que dá aos credores prioridade na quitação das dívidas. Com a maior parte do caixa comprometido com essa dívida e a perspectiva de geração muito baixa de receita nos próximos meses por causa da pandemia, os riscos para os demais credores aumenta. Grupo Latam Airlines entra com pedido de recuperação judicial nos EUA A rápida e crescente disseminação da pandemia, a deterioração das perspectivas econômicas globais, a queda dos preços do petróleo e a queda dos preços dos ativos estão criando um choque de crédito severo e extenso em muitos setores, regiões e mercados, sendo que o setor aéreo é um dos mais afetados no mundo, segundo a agência. No caso da Latam, as fraquezas no perfil de crédito da companhia a deixaram vulnerável a mudanças no sentimento do mercado e a Latam sofre uma ampla deterioração na qualidade do crédito. O pedido de recuperação foi feito após a companhia apresentar queda de 95% no tráfego de passageiros por causa da pandemia e pela perspectiva de uma recuperação lenta, que impedirá que a demanda de passageiros atinja os níveis de 2019 antes de 2023. A análise da Moody's pressupõe uma redução de cerca de 60% no tráfego de passageiros da companhia em 2020 e uma redução de 40% em 2021, com os volumes se recuperando para os níveis de 2019 apenas em 2023. Além disso, a companhia está particularmente exposta à depreciação do real e do peso chileno, que juntos representam cerca de 40% da sua receita. Nesta tarde, as American Depositary Receipt (ADR) da Latam caíam 14,67% na bolsa de Nova York, para US$ 1,42.