Segundo o presidente da Abecs, a desaceleração foi mais evidente nas capitais do que no interior. A crise causada pela pandemia de Covid-19 fez com que os brasileiros deixassem de transacionar cerca de R$ 20 bilhões com cartões em março, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Os brasileiros movimentaram R$ 148,6 bilhões no mês, um aumento de 3,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse é o menor crescimento verificado para março desde 2007.
Além disso, o número representa uma desaceleração das transações, uma vez que o crescimento anual vinha num ritmo de dois dígitos. Em fevereiro, a alta anual havia sido de 21%, para R$ 158 bilhões.
“Claramente a desaceleração decorre dos 15 dias do mês de março de isolamento, que foi mais evidente nas capitais do que no interior”, afirmou Pedro Coutinho, presidente da Abecs, em coletiva de imprensa.
É importante higienizar cartões de crédito para prevenir o novo coronavírus
Nas capitais, houve uma queda de 2,1% no volume transacionado no mês de março, para R$ 44 bilhões, uma vez que o isolamento tem sido mais duradouro e rigoroso nesses locais. No interior, houve alta de 8% no volume, para R$ 49,7 bilhões.
Já no primeiro trimestre, as compras realizadas com cartões atingiram R$ 475,7 bilhões, um crescimento de 14,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 5,8 bilhões de transações, um avanço de 15,3%.
Pagamentos digitais – e-commerce, aplicativos, dentre outros – chegaram a R$ 86,7 bilhões no primeiro trimestre, com crescimento de 23,2%. Já os pagamentos por aproximação somaram R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 456%.
Por meio da tecnologia NFC (“Near Field Communication”), o pagamento é feito sem que haja contato físico e sem necessidade de digitação de senha para valores até R$ 50. A Abecs discute o aumento desse limite, que deve ser estabelecido pelos emissores e cumprido pelas adquirentes.
“Nossa proposta é que cada emissor defina o limite, de maneira democrática, diferentemente de como é hoje, que há um limite para a indústria.”