Cada uma das empresas assumirá uma região, um produto ou uma tecnologia. Quase 50% dos modelos produzidos pelo grupo até 2025 serão feitos em conjunto. Aliança Renault-Nissan foi criada em 1999, por Carlos Ghosn Kenzo Tribouillard/AFP As fabricantes Renault, Nissan e Mitsubishi anunciaram nesta quarta-feira (27) que produzirão em conjunto "quase 50%" de seus modelos até 2025. O reforço na aliança é uma resposta à crise provocada pela pandemia do coronavírus, que paralisou o setor. Renault-Nissan-Mitsubishi: conheça a aliança criada pelo brasileiro Carlos Ghosn Coronavírus: veja os efeitos na indústria automotiva De acordo com um comunicado da aliança franco-japonesa, esta união "permitirá reduzir os custos e os gastos de investimentos em até 40%" em cada veículo fabricado em comum. "A aliança é a chave de nossa resiliência e de nossa competitividade (…) Hoje, o foco volta para a eficiência e competitividade, mais do que os volumes", declarou o presidente do grupo, Jean-Dominique Senard, em uma entrevista coletiva. 'Regiões de referência' O objetivo da nova estratégia das montadoras para reduzir custos é que cada uma das empresas assuma a liderança em uma região, um produto ou uma tecnologia e os demais sócios acompanhem a primeira montadora. A produção de veículos concebidos de maneira conjunta se reagrupará em uma única fábrica do grupo "quando isto for considerado pertinente", afirma o comunicado. Por exemplo, os SUVs médios e as tecnologias de condução autônoma ficarão a cargo da Nissan, enquanto o desenvolvimento de SUVs compactos serão de responsabilidade da Renault. Na América Latina, as plataformas de produto B (compactos) passarão de quatro variantes para apenas uma, tanto para Renault como Nissan. Esta plataforma será produzida em duas fábricas, cada uma produzindo para as duas marcas. No que diz respeito à distribuição geográfica, a Nissan será a referência para China, América do Norte e Japão. A Renault vai liderar a aliança na Europa, Rússia, América do Sul e norte da África. A Mitsubishi Motors vai comandar as atividades nos países do sudeste asiático e na Oceania. Os dois pilares da associação, Nissan e Renault, devem revelar na quinta (28) e sexta-feira (29), respectivamente, os rígidos planos de economia, incluindo o fechamento de fábricas e cortes de empregos. Herança de Carlos Ghosn Com esta estratégia, as empresas desejam priorizar a rentabilidade e acabar com a corrida pelo volume de vendas iniciada pelo ex-presidente Carlos Ghosn, preso em novembro de 2018 no Japão por supostas fraudes. Carlos Ghosn preso: o que se sabe O que se sabe sobre a fuga de Ghosn para o Líbano Desde a detenção de Ghosn, a aliança enfrenta uma crise. E isto apesar de ter sido líder em venda de automóveis no planeta (mais de 10,6 milhões de unidades). Os volumes recordes, apresentados como um triunfo por Ghosn, agora refugiado no Líbano, têm sido de pouca ajuda para as empresas sócias, cuja rentabilidade registrou queda nos últimos meses, mesmo antes do início da pandemia de Covid-19. Detalhes sobre a fuga de Carlos Ghosn do Japão Aparecido Gonçalves/Rafael Miotto/G1 Initial plugin text