Levantamento mostra também que os brasileiros nunca estiveram tão pessimistas com relação à perspectiva profissional. Movimento em comércio no Distrito Federal TV Globo/Reprodução A intenção de consumo das famílias registrou queda de 13,1% em maio, segundo pesquisa divulgada nesta quarta (27) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se da retração mensal mais intensa desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010. Influenciado pelos impactos econômicos da epidemia do novo coronavírus, o indicador chegou ao segundo resultado mensal negativo consecutivo, caindo para 81,7 pontos e permanecendo abaixo do nível de satisfação (100 pontos), onde se encontra desde 2015. Com a queda, o índice atingiu o menor patamar desde novembro de 2017. A maioria dos brasileiros também acredita que vai consumir menos nos próximos meses. Em maio, 50,9% das famílias demonstraram essa insatisfação de forma mais intensa na expectativa de consumir, ante 39,5% em abril e 37,6% em maio de 2019. Também cresceu a parcela de consumidores que acreditam ser um mau momento para compra de bens duráveis, como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis. O percentual atingiu 70,1% contra 60,7% observados no mês anterior e dos 61,5% aferidos em maio do último ano. Confiança do consumidor tem leve alta em maio, mas pessimismo se mantém, mostra FGV Emprego e crédito O levantamento mostra também que os brasileiros nunca estiveram tão pessimistas com relação à perspectiva profissional. Com 88,1 pontos, o indicador atingiu em maio seu menor nível na série histórica, com queda mensal de 15,6% e anual de 18,2%. “Os resultados transparecem a incerteza das famílias em relação ao futuro profissional e representam a insegurança dos brasileiros com os próximos meses”, diz a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva. Segundo a pesquisa, pela primeira vez desde janeiro de 2018, a maior parte das famílias demonstrou uma perspectiva profissional negativa: 51,5%, contra 42,5% no mês anterior e 40,7% no mesmo período do ano passado. O indicador referente ao acesso ao crédito foi o único entre os subíndices que apresentou variação anual positiva (+5,4%). Com 93,5 pontos, porém, o item registrou queda de 1,8% na comparação com abril, após quatro meses seguidos de alta. “As taxas de juros cada vez mais baixas, com um nível inflacionário controlado, impactaram favoravelmente a percepção de acesso ao crédito. Contudo, o risco de maior inadimplência em virtude da crise provocada pela pandemia de covid-19 contribuiu para a desaceleração do consumo”, avaliou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.