Manifestantes participavam de ato contra lei de segurança que Pequim quer impor na região semiautônoma chinesa. Projeto preocupa comunidade internacional e mercado financeiro. Manifestante é retirado de protesto depois de a polícia usar gás lacrimogêneo neste domingo (24) Tyrone Siu/Reuters A polícia de Hong Kong disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes que participavam neste domingo (24) de um protesto contra o projeto de lei de segurança que Pequim quer impor na região semiautônoma da China. Milhares de pessoas participaram do ato no centro de Causeway Bay, uma das principais regiões comerciais de Hong Kong, reprimido depois de os policiais afirmarem que a manifestação era ilegal. Manifestantes gesticulam com os dedos de uma das mãos para simbolizar o lema 'Cinco demandas, nem uma a menos' durante protesto em Hong Kong neste domingo (24) Vincent Yu/AP Apesar da pandemia do novo coronavírus, os movimentos pró-democracia de Hong Kong voltaram às ruas após o regime comunista chinês apresentar na sexta-feira (22), no Parlamento, o projeto que prevê punir traição, subversão e sedição. A lei é um reflexo das reiteradas advertências dos líderes comunistas chineses de que não vão tolerar dissidência em Hong Kong, um território semiautônomo que viveu sete meses de protestos pró-democracia em massa no ano passado. Policiais se protegem com escudos durante a manifestação em Hong Kong neste domingo (24) Vincent Yu/AP Calafrios no mercado financeiro A proposta causou calafrios nas comunidades diplomáticas e de negócios, assustou os mercados financeiros e aumentou as tensões geopolíticas. Autoridades dos Estados Unidos disseram que a legislação acabaria com a autonomia da cidade e seria ruim para as economias de Hong Kong e da China. A avaliação é de o projeto pode comprometer o status especial do território na legislação americana, o que ajuda Hong Kong a manter sua posição como um importante centro financeiro global. Reino Unido, Austrália e Canadá expressaram "profunda preocupação" em uma declaração conjunta sobre as leis de segurança propostas que, segundo eles, prejudicariam o princípio "um país, dois sistemas" acordado quando Hong Kong retornou ao domínio chinês, em 1997. Já o escritório do Ministério das Relações Exteriores da China em Hong Kong rejeita as preocupações de que a lei proposta prejudique os investidores estrangeiros e critica os países que considera "intrometidos". Os laços entre Pequim e Washington se deterioram ainda mais. Partido comunista chinês aprova projeto de lei para reprimir protestos em Hong Kong