Segundo associação, é o maior declínio de demanda na história do mercado europeu. Venda de carros teve queda histórica na Europa Paulo Whitaker/Reuters As vendas de carros novos na União Europeia (UE) caíram 76,3% em abril, em comparação ao mesmo período de 2019, afirmam fabricantes. Várias concessionárias foram fechadas em muitos países, em razão da pandemia do novo coronavírus. Em março, a queda nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior havia sido de 55,1%. Em abril de 2020, apenas 270.682 carros particulares novos foram vendidos na União Europeia, contra 1,14 milhão em abril de 2019, observou a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. Todos os mercados nacionais sofreram quedas espetaculares, em particular Itália (-97,6%), Espanha (-96,5%) e França (-88,8%). Na Alemanha, a queda foi menos dramática (-61,1%). Entre as montadoras mais afetadas estão a italiana Fiat Chrysler (-87,7%) e as francesas Renault (-79%) e Peugeot (-81,2%), segundo dados da Associação. A número um da Europa, a Volkswagen alemã, registrou uma queda de 72,7% de suas vendas em abril deste ano, na comparação com a anterior. Um dos fabricantes que menos sofreram foi a BMW (incluindo a marca Mini), com uma queda de 65,3%, enquanto sua rival em carros de luxo, a alemã Daimler, registrou uma queda de 78,8% nas vendas. O colapso do mercado se deve, principalmente, à paralisia do comércio. Declínio histórico "O primeiro mês completo de restrições vinculadas à COVID-19 causou o maior declínio na demanda de automóveis na história" na Europa, informou a Associação. "A maioria das concessionárias estava fechada na União Europeia", completou a associação. O mercado britânico caiu 97,3%, mas, desde a conclusão do Brexit, a ACEA parou de inclui-lo nas estatísticas da UE. A comparação 2020-2019 foi feita, excluindo-se o Reino Unido dos dados do ano passado. As vendas acumuladas de janeiro a abril mostram uma queda de 38,5% nas vendas. Esse retrocesso não poderá ser compensado, mesmo que no final do ano as vendas tenham registrado um forte aumento. Após as primeiras medidas de fim do confinamento, as vendas de carros novos começaram muito lentamente, segundo os fabricantes. No momento, a maioria das empresas do setor ainda está paralisada, ou funciona parcialmente. "Estamos em uma crise profunda, comparável à de 2008-2009, ou pior. A queda do mercado na Europa pode ser de 22% este ano, em comparação a 2019", disse à agência AFP Xavier Mosquet, especialista no setor do BCG.