B3 divulgou nesta terça-feira (19) um levantamento sobre o perfil dos novos investidores em renda variável. Ibovespa é o principal índice da B3, a bolsa brasileira Amanda Perobelli/Reuters A B3, bolsa de valores brasileira, divulgou nesta terça-feira (19) um estudo demográfico sobre os investidores em ativos de renda variável, como ações, fundos de investimento imobiliários, BDRs e ETFs. O marco que motivou o levantamento foi o saldo de 2 milhões de investidores pessoas físicas atingido neste mês de abril, mesmo em meio à queda de renda da população em virtude da pandemia do novo coronavírus. Bovespa opera em alta nesta terça, mas volátil com pandemia ainda no radar O primeiro milhão de investidores na bolsa foi alcançado em meados de 2019. A migração de investimentos tem como plano de fundo a redução da taxa básica de juros a 3%, mínima histórica em um país acostumado a rentabilizar patrimônio por meio da renda fixa. A queda do índice em meio à pandemia também baixou preços dos papéis, incentivando novas entradas. Segundo a B3, o crescimento está relacionado a uma "mudança estrutural no mercado de capitais brasileiro". A entrada é cuidadosa, com preferência do investidor por aportes mais baixos. Apesar de dobrar o número de CPFs em meses, o volume negociado por pessoas físicas chega a quase R$ 260 bilhões, apenas 30% a mais que março de 2017. Volatilidade dos mercados turbina receita e lucros da B3 no 1º trimestre Segundo a B3, 30% dos 223 mil investidores que aplicaram em renda variável em março fizeram o primeiro investimento com menos de R$ 500. Também até março, 54% de todos os investidores tinham carteiras com menos de R$ 10 mil. "De forma geral, ele é mais jovem, se preocupa em diversificar seus investimentos e começa a montar sua carteira com valores baixos", diz a B3 em nota. "Além disso, tem demonstrado uma visão de longo prazo ao manter suas posições mesmo no auge da volatilidade dos mercados." Bolsa de Valores sobe 4,5% no Brasil e dólar cai 2% Em relação à faixa etária, houve aumento expressivo de investidores de 25 a 39 anos. O grupo representa 49% do total, enquanto somava 28% em 2017. Quanto à diversificação, 48% da base analisada tem ao menos as ações de cinco empresas na carteira e 46% tem mais de um produto de renda variável na carteira. “Trazer a pessoa física para a bolsa, contribui para que o mercado de capitais brasileiro seja mais forte e resiliente e o trabalho conjunto que vem sendo feito pela B3 e pelos agentes de mercado indicam que estamos dando passos importantes”, diz em nota Tarcísio Morelli, diretor de Inteligência de Mercado da B3.