Recurso será disponibilizado a governos e órgãos de saúde, que poderão criar aplicativos para rastrear contato da população com pessoas com o coronavírus, utilizando a tecnologia bluetooth. Brasil não tem acesso à tecnologia ainda. Smartphones de Apple e Google poderão se comunicar para alertar sobre proximidade com coronavírus utilizando aplicativos de governos. Charly Triballeau/AFP Apple e Google anunciaram nesta quarta-feira (20) o lançamento do conjunto de funções e procedimentos (conhecido como API) que vai permitir que governos possam criar aplicativos para notificar pessoas que tiveram contato com quem está com o coronavírus. As empresas não criaram o aplicativo em si: isso será feito por autoridades de saúde e governos, que precisam desenvolver essa ferramenta utilizando os recursos divulgados pelas empresas. Um aplicativo criado com a tecnologia das duas empresas vai usar o bluetooth para dizer se duas pessoas estiveram próximas. Caso uma delas esteja com o coronavírus, a outra será avisada, de maneira anônima, que teve contato com alguém diagnosticado com a doença. Isso vai acontecer independentemente de o usuário utilizar o sistema Android (do Google) ou iOS (da Apple). "Nossa tecnologia é desenhada para fazer esses apps funcionarem melhor. Cada usuário poderá decidir se quer ou não participar da notificação de exposição; e se uma pessoa for diagnosticada com Covid-19 caberá a ela informar isso ao aplicativo de saúde pública", disseram Google e Apple em comunicado conjunto. Até o momento, 22 países de 5 continentes — como Alemanha, Uruguai, Holanda — requisitaram e receberam acesso à tecnologia. Segundo as companhias, outros países devem solicitar acesso nas próximas semanas. O Brasil não está nessa primeira fase da implementação. Blog do Altieres: quais os desafios da tecnologia Apple-Google? O que se sabe sobre a tecnologia de Apple e Google De acordo com executivos da Apple e do Google, a tecnologia deve ser usada como um modo de ampliar as medidas de rastreio e investigação de pessoas contaminadas. Os aplicativos não poderão ter acesso a localização via GPS e o usuário necessariamente terá que consentir em fornecer informações, como dados de contato, identificação de exames de confirmação da Covid-19 e até mesmo acesso ao sistema do celular. O total da população que precisaria aderir para que a ferramenta tenha eficácia não foi abordado, mas as empresas reiteraram que entraram no processo para dar mais confiança aos usuários de seus sistemas. Aperfeiçoamento da tecnologia As empresas anunciaram, no final de abril, que estavam fazendo os testes iniciais do sistema de notificações de casos com desenvolvedores dos órgãos de saúde. Segundo elas, receberam uma série de comentários e mudanças foram feitas na plataforma. Agora, elas divulgaram modificações que foram implementadas por causa dessa conversa: A tecnologia vai permitir que os órgãos de saúde definam o que constitui um evento de exposição ao coronavírus; Também será possível às autoridades determinar o número de exposições que um indivíduo teve; As autoridades de saúde também poderão estabelecer um fator de risco de contaminação em pessoas que tiveram contato com alguém com Covid-19, baseado em informações disponíveis na plataforma; Uma combinação da API e de outros dados, que os usuários escolherão voluntariamente compartilhar com o aplicativo, permitirá que órgãos de saúde entrem em contato com usuários expostos. Segundo Apple e Google, após essa primeira fase de implementação, as empresas manterão contato com as autoridades de saúde para continuar a melhorar a ferramenta e descobrir funções que podem ser úteis. Apple e Google prometem tecnologia conjunta para combater a pandemia de coronavírus Aparecido Gonçalves/Rafael Miotto/G1