Carreira de cantor, turnê por comunidades, documentário sobre origens estão entre planos de Babu, que faz sua primeira live neste domingo (17). Ouça podcast com entrevista. Engana-se quem pensa que o canal do Babu Santana "só" vai ter música. O Paizão faz a primeira live neste domingo (17) e recebe convidados como Ana Maria Braga, Gabigol e as colegas de "BBB20" Manu Gavassi e Thelma Assis. "Todos os projetos que a gente está iniciando nessa era quarentenada são sobre eu mesmo, sou eu cozinhando, eu conversando, agradecendo e entrando em contato com o público", afirma o ator carioca ao G1. Ouça os planos de Babu no podcast acima. Chamada de "Quintal de Paizão", a live é uma forma de continuar o contato com os fãs, depois do reality show e durante o isolamento. Todos os domingos Babu pretende abrir a câmera no quintal de casa na Ilha da Gigoia, no Rio. Babu Santana Divulgação/Christoffer Pixinine Enquanto os filmes, séries e novelas não podem ser feitos por conta do isolamento, o ator carioca, que foi recentemente contratado pela Globo, vai focar na música e quer fazer uma turnê pelas comunidades de cada capital do Brasil, quando tudo passar. A música que gravou com Papatinho e o rapper L7nnon, logo depois de sair do programa, deve ser lançada no dia 5 de junho. Este e os outros projetos têm como principal objetivo agradecer e retribuir o carinho que recebeu enquanto esteve confinado no Big Brother Brasil. Leia mais abaixo. G1 – Como foi a sensação de sair da casa e ver que estamos vivendo uma pandemia? Babu Santana – Nossa, foi assustador demais. Eu só não consegui conter o abraço nos meus filhos. Desculpa, população, mas não consegui. Inclusive o fato de eu não ter visto a Piná (caçula de 4 anos, que faz parte do grupo de risco) foi isso. Eu não vou conseguir ver a Piná sem abraçar muito ela. G1 – Como está a sua rotina neste momento de isolamento? Babu Santana – Primeiro estou querendo me enquadrar muito nas regras. A humanidade passa por um momento muito sério, então estou me adequando muito, tentando não ser paranoico, mas responsável. Minha rotina é de estudo, estudar esse novo mundo, esse universo do digital, com a internet, tudo mais. Estou louco também para começar uma dieta, malhar, puxar ferro também. Encomendei até umas coisas para poder me exercitar em casa. Estou me modernizando. Paizão é analógico, mas a gente está dando um upgrade. Babu no 'BBB20' Reprodução/Globo G1 – Você lançou os dois primeiros singles, 'Sou Babu' e 'Soul África', enquanto estava no "BBB20". Essa carreira de cantor é uma coisa nova? Babu Santana – É relativamente nova. Quando acabou o "Tim Maia", eu tive a ideia de fazer meu aniversário cantando as músicas dele. A gente fechou um ambiente pra gente, convidou alguns músicos. De repente, a gente foi convidado para fazer uma pauta lá no final de ano do "Encontro com a Fátima Bernardes" cantando. Dali surgiu um convite para fazer um show, foi virando dois, três. Já vão quatro anos a gente fazendo essa brincadeira, que cada vez fica mais séria. Estamos pesquisando, roteirizando clipes, estou aqui fervoroso que agora vou começar aula de voz. Mas não é algo novo, porque lá no grupo Nós do Morro a gente fazia muitos musicais. Então estou trazendo toda essa experiência que eu tive como ator para esse lado musical e estou amando. Com essa questão da quarentena, a gente viu que vai ser mais fácil chegar nas pessoas através da música, dá para se planejar, fazer os encontros virtuais com o público. G1 – Lançar as músicas fazia parte da sua estratégia no programa? Babu Santana – Não, na verdade foi uma feliz coincidência. A gente estava com entrave burocrático, de registro e tudo mais, mas as pessoas que ficaram aqui me representando conseguiram resolver. Eu nem sabia, foi uma surpresa maravilhosa. G1 – Você pretende seguir por esse caminho soul, R&B, black music? Babu Santana – Black music, black music. Vamos fazer samba, vamos fazer reggae, vamos fazer de um tudo, tudo que estiver envolvido na black music me interessa. G1 – Quem são as suas referências na música? Babu Santana – Ah, Tim Maia é uma grande influência. Milton Nascimento, Simonal, Tony Tornado, o próprio Gerson King Combo, rapaziada do rap. São músicas que embalaram a infância, minha juventude, o funk, o samba. Eu sou apaixonado por tudo isso. Eu fui criado nessa salada de fruta musical maravilhosa. Gilberto Gil. Nossa! Quando tocou Gil na casa, eu sinceramente falei "cara, se eu não ganhar o prêmio, só de ter visto essa live do Gil nesse momento da minha vida já valeu todo o role, saca?" Foi muito importante. G1 – E live cantando, você está pensando em fazer? Babu Santana – Sim, vou fazer uma live com basicamente a banda toda, inclusive as backing vocals. Todos estão gravando de casa, a gente vai fazer uma brincadeira bem legal com as imagens deles. G1 – Um dos planos que você estava me contando era de uma turnê pelo Brasil. Explica melhor como vai ser isso. Babu Santana – Não só por conta do programa, por ser oriundo da favela, acho que ali que está meu público, o público que eu quero alcançar. É a galera que eu quero passar a mensagem de que ninguém pode dizer não para você, é o público que eu quero levar a mensagem de acredite nos seus sonhos. Eu sei que o principal apoio veio das favelas, tenho certeza disso. Veio muito das crianças. Eu fiquei encantado com as crianças. Nunca imaginei que minha figura pudesse agradar tanto às crianças. Essa tour, inclusive, a gente está querendo intitular ela de "Muito obrigada". É uma forma de eu pedir muito obrigada a todo apoio porque eu parei para pensar o que que eu fiz no BBB? Eu fui eu. Em momento nenhum ali eu quis interpretar, fazer marketing ou nada, não tinha nada programado. A estratégia principal era pegar o cachê que o programa oferecia e pagar algumas contas atrasadas, isso era o plano inicial. Tudo isso veio como um bônus. G1 – Logo depois que você saiu da casa, você foi gravar com o Papatinho, né? Você tinha alguma relação com ele? Babu Santana – O Papatinho é uma outra ótima referência. Eu lembro que antes de entrar na casa, eu estava lamentando muito porque ia ter um show dele no dia 18 e a gente foi confinado dia 17. Pensei: "Pô caramba, não fui ver o show do Papatinho". De repente ele aparece: "E aí, sou eu, Papatinho, vamos fazer um negócio junto". Pô! Nossa, sensacional. É uma música com L7nnon, também é um MC maravilhoso. Papatinho convidou Babu para gravar com o rapper L7nnon, logo que o ator saiu do 'BBB20'; música vai ser lançada no dia 5 de junho Reprodução/Instagam/Papatinho G1 – Aproveitando esse gancho de parcerias, com quem você sonha em gravar? Babu Santana – Nossa, tem tempo para essa entrevista? Eu quero gravar com todo mundo. Uma pessoa que me deixou muito encantado com o apoio foi Anitta. Fica a dica, Anitta. A Iza, nossa! Eu sou muito enlouquecido pela Iza. O Periclão também, mas eu fico na dúvida se eu quero cantar com ele ou se eu quero só ficar do lado ouvindo ele cantar. Seu Jorge, Gabriel Moura, meus amigos do Nós do Morro também. Enfim, quem quiser o paizão, paizão tá facinho, cara. G1 – Além da música, quais são seus próximos planos? Babu Santana – Tá tudo muito embrionário, mas eu tenho um projeto de fazer um documentário onde eu vou buscar minhas origens. Nesse documentário também já faço filmagens para o show que é o abraço. A ideia é sair daqui do Rio de carro e ir parando em cidades estratégicas (Norte do Rio, Espírito Santo, Pernambuco), dando esse abraço e pedindo esse mundo obrigada para a galera. Quando puder né? Eu quero fazer esse documentário em busca dessas minhas origens e já vou fazendo imagens para o meu show desse abraço até chegar à minha origem africana e indígena. Quintal de casa vai ser cenário da live de Babu Santana neste domingo (17) Divulgação G1 – Você deu um pulo de 23 mil seguidores para 6,6 milhões depois do programa. Isso te assustou de alguma forma? Babu Santana – Loucura total, amiga. É por isso que eu me juntei com pessoas experientes nesse assunto. Não só na questão de trabalho, mas quero devolver o carinho que eu recebi. Eu quero dar esse carinho para todas as pessoas. Estou me esforçando ao máximo. Paizão está estudando para ver o quanto eu consigo alcançar mais pessoas para que eu possa dar esse abraço mesmo que seja via internet. Tomara que as pessoas gostem também do meu trabalho. G1 – Babu, e como foi para você saber que o Gabigol e os outros jogadores do Flamengo estavam torcendo por você? Babu Santana – Quando você descobre que toda aquela nação está te abraçando, que os ídolos atuais do seu time estavam te abraçando… Foi coisa que eu fiquei flutuando uns 3, 4 dias. Não conseguia falar outra coisa que não fosse o abraço da nação à minha luta dentro da casa. Foi uma coisa assim que o paizão virou menino, né? Foi um sentimento assim.. uma felicidade acho que a melhor felicidade que se tem: a felicidade infantil, aquele sonho. Eu flutuei, eu flutuei com o abraço da nação. Os planos do top 5 do 'BBB20' para depois do programa