Entregas incialmente estavam previstas para serem feitas entre 2020 e 2023. Aeronaves têm preço de tabela de R$ 24,5 bilhões. Pintura customizada foi aplicada ao recém lançado E195-E2 Divulgação/Embraer A aérea Azul anunciou nesta quarta-feira (13) a negociação de um acordo com a Embraer para adiamento de entregas de 59 aeronaves E2s. Inicialmente previstas para serem entregues entre 2020 e 2023, a previsão passou para a partir de 2024. De acordo com o fato relevante apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a medida foi justificada como um reflexo dos efeitos da pandemia sobre o setor aéreo. O fato relevante é documento publicado por empresas de capital aberto para tornar públicos atos relativos ao próprio negócio. Ele pode afetar o valor das ações ou influenciar decisões de acionistas. A Azul foi a primeira companhia a receber o jato E195-E2, maior aeronave comercial produzida no país. As aeronaves têm preço de tabela de R$ 24, 5 bilhões. A companhia diz no documento que "rapidamente adotou medidas para preservar o seu negócio". Informou ainda que ajustou a malha reduzindo em 90% da capacidade no mês de abril, se comparado ao mesmo período de 2019. "A Companhia também está reduzindo os custos e despesas com folha de pagamento em mais de 50% comparado com o mesmo período do ano passado", diz o documento. O que diz a Embraer Procurada pelo G1, a Embraer informou em nota que “como resultado da crise sem precedentes no transporte aéreo em virtude do surto de Covid-19, alguns clientes solicitaram à Embraer a revisão do fluxo de entregas de aeronaves para se adaptar à nova realidade. Embora as mudanças afetem as entregas projetadas em 2020, não houve nenhum cancelamento". Segundo a fabricante de aeronaves, "a aviação regional tem sido um elemento-chave para manter os serviços essenciais e a malha aérea durante a crise e já é possível observar algumas companhias aéreas retomando gradualmente os voos comerciais usando E-Jets". A Embraer ainda ressaltou que está confiante de que os E-Jets terão um papel essencial na recuperação do setor aéreo. Queda de entregas e fim do negócio com Boeing A Embraer disse nesta terça-feira (12) que entregou apenas cinco jatos comerciais no primeiro trimestre, menos da metade do que entregou há um ano, atrelando a queda aos preparativos para vender para a Boeing o controle da divisão responsável pelos aviões, negócio que acabou fracassando. A Embraer esperava que a venda da divisão de aviação comercial para a Boeing impulsionasse as vendas dos jatos E2. Mas a Boeing desistiu do negócio no mês passado sob circunstâncias controversas. A Embraer informou que abriu procedimentos arbitrais após a Boeing rescindir o negócio avaliado em US$ 5,2 bilhões entre as duas empresas. Negócio com Boeing A rescisão do acordo, que previa a compra da área da aviação comercial da Embraer pela Boeing, foi anunciado no fim de abril pela empresa norte-americana com a alegação de "a Embraer não ter atendido as condições necessárias”. A Embraer afirma que a Boeing rescindiu "indevidamente" o acordo entre as empresas na área comercial e que a empresa norte-americana "fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação". Firmado em 2018, o negócio – então avaliado em US$ 5,26 bilhões – previa a criação de uma empresa conjunta que ficaria sob comando da Boeing, com 80% de participação. A Embraer ficaria com os 20% restantes, e poderia vender a sua parte para a americana. Combinação de fotos com as marcas da Boeing e da Embraer Denis Balibouse/Reuters; Roosevelt Cassio/Reuters