Nesta segunda-feira (11), a Arábia Saudita surpreendeu ao anunciar que vai aprofundar seus cortes em 1 milhão de barris por dia a partir de junho. O aumento dos cortes de produção de petróleo da Arábia Saudita em junho foi projetado para acelerar a drenagem do excesso de oferta global e para que o mercado da commodity se reequilibre, disse o ministro de Energia do país à Reuters.
Arábia Saudita anuncia redução da produção de petróleo em junho
Na manhã desta segunda-feira (11), a Arábia Saudita surpreendeu ao anunciar que vai aprofundar de forma voluntária seus cortes de bombeamento em 1 milhão de barris por dia a partir de junho.
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O príncipe Abdulaziz bin Salman disse que a Arábia Saudita quer "se antecipar à curva". Ele vê sinais de uma recuperação gradual na demanda, à medida que países agem para flexibilizar restrições impostas nos últimos meses para conter a disseminação da pandemia do coronavírus.
"Nós queremos acelerar o processo de volta ao normal. A demanda está se recuperando. Nós queremos garantir que estamos ajudando a acelerar o equilíbrio entre oferta e demanda", disse ele à Reuters, em entrevista por telefone. "Estamos tomando um papel proativo e encorajamos os outros a fazer o mesmo", acrescentou o ministro.
Os baixos preços do petróleo estão pressionando o orçamento do reino e a demanda global permanece fraca por causa das quarentenas contra o coronavírus.
"Estamos fazendo de tudo para controlar nossa política fiscal, incluindo sermos prudentes para acomodar essa situação, e estamos tentando agir para a estabilização do mercado", disse o príncipe Abdulaziz.
Depois do anúncio dos sauditas, Emirados Árabes Unidos e Kuweit também prometeram cortes em suas produções.
Questionado sobre se os cortes mais profundos feitos pela Arábia Saudita continuarão depois de junho, o ministro se recusou a comentar, mas manteve um tom otimista quanto ao futuro do mercado. "Se as coisas continuarem melhorando, como esperamos, recuaremos (nos cortes)", disse ele.
O ministro ainda disse que ficaria "mais do que surpreso" se, até a próxima reunião da Opep+, em junho, a situação não estiver melhor.