Empresa disse nesta terça que entregou apenas cinco jatos comerciais no primeiro trimestre. A Embraer disse nesta terça-feira (12) que entregou apenas cinco jatos comerciais no primeiro trimestre, menos da metade do que entregou há um ano, atrelando a queda aos preparativos para vender para a Boeing o controle da divisão responsável pelos aviões, negócio que acabou fracassando. A Embraer esperava que a venda da divisão de aviação comercial para a Boeing impulsionasse as vendas dos jatos E2. Mas a Boeing desistiu do negócio no mês passado sob circunstâncias controversas. Os números são o primeiro vislumbre do que está em jogo para a terceira maior fabricante de aviões do mundo. Analistas temem que a Embraer tenha dificuldades para competir com o duopólio Boeing-Airbus. Os resultados da Embraer parecem incluir alguns cancelamentos de pedidos, algo que todas as fabricantes de aviões têm enfrentado desde que a pandemia de coronavírus levou o setor aéreo global a uma paralisação a partir das últimas duas semanas de março. Embraer fez voo inaugural do jato comercial E175-E2 em São José dos Campos Embraer/Divulgação As encomendas firmes do avião mais vendido da Embraer – o E175, com capacidade para até 90 pessoas – caíram 15 jatos, sem contar os aviões que foram entregues no período. Incluindo as chamadas "opções" mais flexíveis, que também caíram 15 jatos. No geral, a carteira de pedidos para o jato é de 456. As encomendas de outros modelos de aviões comerciais da Embraer permaneceram iguais. A Embraer não comentou imediatamente os aparentes cancelamentos de pedidos. Os números da Embraer foram baixos mesmo considerando que foi o primeiro trimestre, normalmente o mais fraco do ano. A empresa entregou 11 jatos comerciais em 2019 e 14 em 2018. A companhia afirmou que as entregas tiveram "um impacto negativo" pela preparação em janeiro para concluir a transação com a Boeing. Em janeiro, a Embraer enviou seus funcionários para casa por duas semanas e suspendeu a produção para se preparar para a venda do controle da divisão para a Boeing. A empresa também disse que sua carteira de pedidos firmes a entregar, um indicador de receita futura, totalizou 15,9 bilhões de dólares em 31 de março, ante 16,8 bilhões no final de 2019. As entregas de jatos executivos também caíram ligeiramente, para 9 entregas, em comparação com 11 no ano passado. Boeing desiste de comprar parte da Embraer