Governo estadual afirma que solicitação está em análise e que vai priorizar recursos para o enfrentamento da pandemia. Unicamp deve votar medidas de contingenciamento nesta semana. Estudantes no campus da Unicamp, em Campinas, antes da quarentena Fernando Pacífico / G1 O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), que reúne Unicamp, Unesp e USP, pediu ao governo de São Paulo repasse de parte da verba que a União vai destinar ao estado para ajudar no enfrentamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A informação foi confirmada pela reitoria da Unicamp na sexta-feira (8). Em paralelo ao pedido, a universidade propôs uma série de ações para cortar em R$ 72 milhões os gastos previstos no orçamento de 2020. As medidas devem ser deliberadas em reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consu) prevista para terça-feira (12), informou a Unicamp. Os cortes, segundo a Unicamp, são necessários por conta da queda na arrecadação estadual do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), principal fonte de renda da universidade. A Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan) da Unicamp prevê redução de R$ 220 milhões no orçamento previsto para o ano. HC da Unicamp espera repasses para abrir leitos de UTI e doações garantem compras de EPIs Pedido de verba O Governo do Estado de São Paulo informou que a reunião com o Cruesp ocorreu na quarta-feira (6) e que ainda não há decisão. "A solicitação de repasse dos recursos provenientes do governo federal às universidades está em análise pela Secretaria de Governo e pela Secretaria da Fazenda e Planejamento, que estão considerando, sobretudo, a prioridade de destinação de recursos para o enfrentamento da pandemia", informou o estado, em nota. "No entanto, as Pastas estão avaliando a situação orçamentária do Estado e definindo os critérios de alocação de recursos", completou. Não foram informados possíveis valores que seriam destinados. A reitoria da Unicamp afirma que também requereu repasses adicionais para a área de saúde ao estado. Sindicato critica cortes O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) se colocou contra as medidas de contingenciamento apresentadas pela reitoria da Unicamp. Dentre os cortes estão a suspensão, até 30 de junho, do incentivo ao trabalho noturno. O pagamento de horas extras também deve ser suspenso por três meses, assim como a progressão de carreira. "A posição do sindicato é contrária ao plano de contingência porque, com a pandemia, o que a gente avalia é que a ciência tem que ter investimento, e não corte de despesa. Então o que o reitor, na opinião do sindicato, deveria fazer é cobrar do governador um repasse da compensação que os estados vão ter, que foi aprovado no Senado", afirmou o diretor presidente do sindicato, José Luis Pio Romera. Romera afirma que havia previsão de contratação 185 funcionários técnicos administrativos e também a reposição de docentes para este ano. "Fora isso, ele tá cortando os recursos de promoção e progressão na carreira, ou seja, ele tá congelando a carreira tanto de técnico administrativo quanto docente". Mesmo com o pedido de verba, a Unicamp defende a necessidade dos cortes. Segundo a reitoria, "o momento é muito grave, em todos os aspectos, e é fundamental um contingenciamento para evitar que a universidade não tenha recursos sequer para pagar salários e entre em insolvência". "Toda a sociedade está fazendo isso, o setor público, o setor privado, as prefeituras, os estados. Não tem sentido a Universidade não realizar um esforço, mais do que necessário, para garantir o equilíbrio financeiro e orçamentário neste momento tão delicado pelo que está passando o país e o mundo". Erros e acertos no uso da máscara de proteção contra o coronavírus Arte/G1 Initial plugin text Veja mais notícias da região no G1 Campinas.