Segundo pesquisador, níveis recordes de incerteza tornam empresários e consumidores cautelosos, gerando deterioração das expectativas nos próximos meses. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) registrou em abril a maior queda mensal e o menor nível na série histórica, em uma forte consequência da medidas adotadas para conter o surto de coronavírus no Brasil.
Os dados divulgados nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostraram que o IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, despencou 42,9 pontos em abril, para 39,7 pontos. Essa leitura marca a perda mais ampla da série histórica, iniciada em 2008, para uma nova mínima recorde.
"O resultado do mês registra um aumento do pessimismo em relação ao mercado de trabalho", explicou o economista da FGV Ibre Rodolpho Tobler em nota. "Os níveis recordes de incerteza tornam empresários e consumidores cautelosos, gerando uma deterioração das expectativas nos próximos meses."
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, subiu 5,9 pontos em abril, para 98,4 pontos, maior patamar desde dezembro de 2018. O comportamento do ICD é semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado.
"Não há, no curto prazo, expectativa de reversão da tendência negativa iniciada nos últimos 2 meses e aprofundada em abril", destacou Tobler.
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