Taxa de desemprego é a maior da história da pesquisa, iniciada em 1948. A economia norte-americana perdeu impressionantes 20,5 milhões de postos de trabalho em abril, a queda mais acentuada no emprego desde a Grande Depressão, e o sinal mais marcante até agora de como a pandemia de coronavírus está afetando a maior economia do mundo.
O relatório mensal de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA divulgado nesta sexta-feira (8) também mostrou alta da taxa de desemprego para 14,7% no mês passado. É a maior taxa da série histórica da pesquisa – que tem início em janeiro de 1948 -, quebrando o recorde pós-Segunda Guerra Mundial de 10,8% atingido em novembro de 1982, segundo a Reuters.
A alta de 10,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior – quando havia ficado em 4,4% – também é a maior alta já registrada pela pesquisa nesse tipo de comparação.
O número de desempregados foi estimado em 23,1 milhões – 15,9 milhões a mais que em março.
"A alta acentuada nessas medidas reflete os efeitos da pandemia do coronavírus e os esforços para contê-la", aponta em nota o Departamento do Trabalho dos EUA.
Economistas consultados pela Reuters previam fechamento de 22 milhões de vagas fora do setor agrícola. Os dados de março foram revisados para mostrar 870 mil empregos perdidos, em vez dos 701 mil relatados anteriormente.
Além da perda de postos, muitos trabalhadores também foram levados a trabalhar em tempo parcial: o número de pessoas nessa situação por questões econômicas praticamente dobrou de março para abril, chegando a 10,9 milhões de norte-americanos. "Esses indivíduos, que teriam preferido trabalhar em tempo integral, estavam trabalhando em tempo parcial porque suas horas haviam sido reduzidas ou porque não conseguiram encontrar trabalho em tempo integral", explica o Departamento do Trabalho.
Setores
O nível de emprego caiu acentuadamente em todos os grandes setores, com perdas de postos de trabalho especialmente intensas no setor de lazer e hospitalidade, que perdeu 7,7 milhões de vagas. Quase 3/4 dessa queda ocorreu em bares e restaurantes (5,5 milhões). Houve perdas também em artes, entretenimento e recreação (1,3 milhão) e hospedagem (839 mil).
Em serviços de saúde, houve queda de 1,4 milhão de empregos, lideradas por escritórios de dentista (-503 mil) e escritórios médicos (-243 mil). Em assistência social, a queda foi de 651 mil postos, refletindo perdas em creches (-336 mil) e serviços a famílias (-241 mil). O emprego na educação privada caiu em 457 mil.
Veja demais quedas:
Serviços profissionais e de negócios: -2,1 milhões
Varejo: -2,1 milhões
Indústria de manufatura: -1,3 milhão
Outras indústrias de serviços: -1,3 milhão
Serviço público: -980 mil
Construção: -975 mil
Transporte e armazenagem: -584 mil
Vendas no atacado: -363 mil
Atividades financeiras: -262 mil
Informação: -254 mil
Mineração: -46 mil
Grupos
As taxas de desemprego cresceram em todos os grandes grupos de trabalhadores. A taxa alcançou 13% para homens adultos, 15,5% para mulheres adultas, 31,9% para adolescentes, 14,2% entre os brancos, 16,7% entre negros, 14,5% entre asiáticos, e 18,9% para hispânicos. As taxas são recorde para todos os grupos, com exceção dos negros.
EUA têm quase um terço dos infectados do mundo
Initial plugin text