Volume de vendas de cerveja no Brasil caiu 11,5% na comparação com os 3 primeiros meses de 2019. Fábrica da Ambev em Jaguariúna (SP) Marcelo Brandt/G1 A Ambev, maior fabricante de cerveja e refrigerantes da América Latina, registrou lucro líquido de R$ 1,211 bilhão no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 55,9% em relação aos 3 primeiros meses de 2019 (R$ 2,7 bilhões), segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (7). Já o lucro líquido ajustado, que exclui itens extraordinários, foi de R$ 1,227 bilhão, queda de 55,6% na comparação anual. "Num contexto global de diminuição do consumo de bebidas alcoólicas por conta do COVID-19, a Ambev teve leve redução de 1,6% em sua receita líquida consolidada em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior, totalizando R$ 12,6 bilhões. O volume consolidado da companhia, em comparação ao mesmo período de 2019, teve queda de 5,6%", informou a companhia, em comunicado. O custo de produtos vendidos, por sua vez, aumentou 10,5% na mesma comparação. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou R$ 4,232 bilhões no trimestre inicial deste ano, um recuo de 17,3% ante os R$ 5,120 bilhões do mesmo período de 2019. Impactos da pandemia No Brasil, o faturamento caiu 9,6% no 1º trimestre, para R$ 6,5 bilhões. Com o fechamento de bares e restaurantes em meio às medidas de isolamento social no país, o volume total de vendas (cerveja + não alcoólicos) foi 9,1% menor. Em cerveja, o volume de vendas da companhia caiu 11,5%. Já no segmento de bebidas não alcoólicas, o volume de venda recuou 1,2% no trimestre. Nos mercados internacionais, a Ambev apresentou aumento no volume de vendas na América do Sul e no Canadá, de 6,4% e 3,1%, respectivamente. Na região da América Central e Caribe houve queda, com o volume atingindo 2,7 milhões de hectolitros, em comparação aos 3,1 registrados no primeiro trimestre de 2019. A pandemia começou a afetar as operações da companhia em março, conforme governos restringiram a circulação de pessoas e decretaram o fechamento de bares e restaurantes, prejudicando a distribuição de bebidas. Alguns países como Panamá foram além e baniram o consumo de álcool. "O impacto total da pandemia de Covid-19 em nossos resultados futuros permanece bastante incerto, mas esperamos que o impacto nos nossos resultados do segundo trimestre seja materialmente pior do que no primeiro trimestre", disse a Ambev, acrescentando que, em abril, os volumes de venda despencaram 27%. A Ambev, na qual a AB InBev detém uma participação de 61,9%, opera em 16 países, incluindo Argentina e Canadá. As ações da companhia negociadas na bolsa paulista já recuaram quase 37% até agora em 2020, segundo a Reuters.