Dados financeiros apontam prejuízo de R$ 2,26 bilhões nos 3 primeiros meses do ano. Avião da companhia aérea Gol Sergio Moraes/Reuters A companhia aérea Gol anunciou nesta segunda-feira (4) o adiamento do balanço do 1º trimestre da empresa para o dia 15 de maio. Em comunicado ao mercado, a Gol informou que os auditores independentes solicitaram prazo adicional para a finalização dos seus trabalhos de revisão dos resultados da empresa no período entre janeiro e março. A companhia divulgou, porém, dados financeiros não auditados sobre o 1º trimestre, refletindo os primeiros impactos da pandemia de coronavírus, que obrigou setor aéreo mundial a praticamente deixar grande parte de seus aviões em terra. "A Gol não antecipa que será necessária a realização de ajustes ou alterações nas informações ora divulgadas. Não obstante, caso seja necessária a realização de quaisquer ajustes, a companhia manterá o mercado devidamente informado", informou em fato relevante. Entre os destaques dos dados não-auditados reportados pela companhia, estão: prejuízo de R$ 2,26 bilhões no 1º trimestre, após lucro de R$ 35,2 milhões no mesmo período de 2019, com o resultado impactado principalmente pela depreciação do real ante o dólar, que afetou despesas e custos financeiros; O resultado refere-se aos ganhos atribuído aos acionistas, antes de participação minoritária; queda de 2% na receita líquida, para R$ 3,1 bilhões; queda de 6,7% no número de passageiros transportados. A Gol afirmou que espera reduzir a queima de caixa diária para R$ 7 milhões no segundo semestre. Se a empresa conseguir cumprir isso, terá R$ 2,6 bilhões em caixa até o final do ano. No primeiro trimestre, o consumo diário de caixa da Gol foi de cerca de R$ 22 milhões. A empresa afirmou que espera que o número se reduza para R$ 9 milhões até o final de junho, menos que os R$ 12 milhões esperados anteriormente para o segundo trimestre. A empresa destacou ainda no relatório que comunicou, em março, o cancelamento do plano de reorganização societária da controlada Smiles, com o objetivo de manutenção da liquidez de cerca de R$ 1,5 bilhão de caixa, "decisão fundamental para este período de enfrentamento de crise". Impactos da pandemia e projeções Em meados de março, após o avanço da pandemia de coronavírus, a Gol reduziu sua capacidade em 50 a 60% no mercado doméstico, e em 90 a 95% no internacional. O ajuste levou a companhia a reduzir sua rede de 800 voos por dia para 50 voos diários essenciais entre o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e todas as 26 capitais estaduais e Brasília. "A Gol espera manter essa configuração de malha atual durante o mês de maio, quando aumentará a frequência de voos e ampliará gradativamente a cobertura para outras cidades, como Foz do Iguaçu e Navegantes, e retornará as operações no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo e Santos Dumont, no Rio de Janeiro", informou no relatório. Com relação às perspectivas para o 2º trimestre, a empresa informou que reduziu em aproximadamente 80% a capacidade no período entre abril e junho (75% rotas domésticas e 100% internacionais), e espera uma "diminuição de 70% na receita ano contra ano". A Gol estima uma receita de R$ 900 milhões no 2º trimestre, ante R$ 3,1 bilhões no mesmo período do ano passado. Ou seja, uma queda de mais de 70%.