Pesquisa do banco UBS mostra que, no primeiro trimestre, 44% dos entrevistados estavam otimistas com o Brasil no curto prazo. No levantamento realizado no fim do ano passado, eram 68%. Com os estragos provocados pela pandemia do coronavírus, o otimismo de investidores e empresário com a economia brasileira despencou no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses do ano passado, mostra um levantamento divulgado pelo banco UBS nesta quarta-feira (29). Segundo a pesquisa, no primeiro trimestre, 44% dos entrevistados pelo banco estavam otimistas com o Brasil no curto prazo, ou seja, para um período que engloba os 12 meses seguintes. No levantamento realizado no último trimestre do ano passado, eram 68%. Expectativa com a economia brasileira Economia G1 Dados globais No mundo, também houve uma forte redução do otimismo, de 60% para 40%, entre um trimestre e outro. O levantamento do banco é realizado em 14 mercados. Expectativa com a economia global Economia G1 O otimismo de investidores e empresários ruiu ao longo deste ano diante do fato de que a economia mundial passou a experimentar uma dura recessão. Para conter o coronavírus, países estão adotando o distanciamento social e tiveram de interromper boa parte das suas atividades econômicas. “96% dos investidores no mundo inteiro afirmam que a Covid-19 causou um impacto em seus estilos de vida. A maioria pratica o distanciamento social, evitando multidões e abstendo-se de viajar”, afirma a vice-presidente divisional do UBS Global Wealth Management, Paula Polito. O UBS entrevistou mais de 2.928 investidores e 1.180 empresários entre 1º e 20 de abril. Com coronavírus, economia deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz FMI Por ora, segundo a pesquisa do UBS, a doença é a maior preocupação entre investidores e empresários – alcança 57% dos entrevistados. Já 46% temem a desaceleração do mercado, enquanto 44% têm as questões políticas locais no radar. Entre os investidores brasileiros, o impacto do coronavírus também lidera o ranking de maior preocupação. Mas há incertezas sociais e políticas citadas. 76% dos entrevistados citaram a doença como a maior preocupação; 54% temem eventuais protestos pelo aumento do desemprego; 43% se preocupam com a possibilidade de integrantes da equipe econômica abandonarem o governo. Há uma grande dúvida entre investidores e empresários em relação ao momento em que o pior do coronavírus terá sido superado. Segundo o UBS, 35% dos investidores avaliam que será em junho, 32% em setembro, 16% em dezembro e 17% apenas em 2021. Mercado acionário Na pesquisa, investidores e empresários consultados afirmaram que há espaço para que a bolsa de valores do Brasil recue mais – neste ano, o Ibovespa chegou a se aproximar dos 120 mil pontos, antes de começar a tombar. Segundo o banco UBS, 64% dos entrevistados disseram que vão esperar para operar no mercado acionário porque as ações devem recuar entre 5% e 20%. Já 21% afirmaram que é um bom momento para comprar ações, enquanto 15% disseram que o mercado seguirá em queda. Longo prazo Embora os indicadores mais imediatos da economia sejam ruins, as expectativa de longo prazo para o Brasil e o mundo seguem positivas. Para um prazo de 10 anos, 70% dos investidores se mostraram otimistas e apenas 11% pessimistas com a economia global. No Brasil, essa relação é de 71% e 7%, respectivamente. Initial plugin text