Investidores seguem fugindo dos contratos de petróleo dos EUA devido à falta de espaço para armazenamento em meio ao colapso de demanda causado pela pandemia de coronavírus. O petróleo Brent caiu abaixo da marca de US$ 20 por barril e o WTI despencou 25% nesta segunda-feira (27), com investidores fugindo do "benchmark" dos Estados Unidos devido à falta de espaço para armazenamento em meio ao colapso de demanda causado pela pandemia de coronavírus. Preço do petróleo colapsa nos EUA e fecha em nível negativo pela 1ª vez na história O que explica o tombo do preço do petróleo e quais os seus efeitos Mesmo com governos em todo o mundo buscando medidas para flexibilizar as restrições de movimentação e ajudar a economia a se recuperar, a demanda por combustíveis continua fraca. Segundo dados da Kpler, a demanda por combustíveis apresenta queda de 30% globalmente, enquanto os espaços de estoque estão se tornando algo precioso, com praticamente 85% do armazenamento "onshore" do mundo preenchido até a semana passada. Poço de petróleo perto de Denver, Colorado, EUA. Reuters As preocupações econômicas também continuam atormentado o mercado. Segundo uma pesquisa da Reuters com mais de 500 economistas, a economia global deve apresentar contração de 2% neste ano, resultado pior do que na crise financeira. Os contratos futuros do petróleo dos EUA fecharam em queda de US$ 4,16, ou 24,6%, a US$ 12,78 por barril. Já o petróleo Brent recuou US$ 1,45, ou 6,8%, e terminou o dia cotado a US$ 19,99 o barril. Operadores disseram que a queda no petróleo se deve em parte aos veículos de investimento de varejo, como fundos negociados em bolsa, que estão afastando seus investimentos do primeiro contrato (para junho) para evitar que fiquem "presos" com os papéis, como muitos ficaram há uma semana, quando o vencimento de primeiro mês (para maio, até então) recuou para US$ -37,63 o barril. Os futuros do petróleo tiveram, na semana passada, a terceira queda semanal consecutiva, com uma baixa de 24% para o Brent e um recuo de 7% para o WTI. Os mercados caíram em oito das últimas nove semanas. Carlos Alberto Sardenberg analisa como a Petrobras será impactada pela crise do petróleo