Indicador registrou o menor nível da série histórica da pesquisa. Pessimismo em relação aos próximos meses faz com que todos coloquem o pé no freio, afirma pesquisadora. Fila em supermercado no Rio de Janeiro Érica Martin/AM Press & Images/Estadão Conteúdo O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas caiu 22 pontos em abril, para 58,2 pontos, o menor nível da série histórica iniciada em setembro de 2005. Até então o mínimo histórico tinha sido o registrado em dezembro de 2015, quando chegou a 64,9 pontos. Segundo o levantamento, houve perda de confiança para consumidores em todas as classes de renda, principalmente para famílias de menor poder aquisitivo (até R$ 2,1 mil). “Com o Covid-19 e as medidas de isolamento, consumidores percebem a piora da situação econômica do país e o quanto isso afeta suas condições financeiras nesse momento. O pessimismo em relação aos próximos meses é homogêneo entre as diversas classes de renda e isso faz com que todos coloquem o pé no freio em relação ao consumo, mantendo apenas os gastos com bens e serviços essenciais para a família. É difícil ainda enxergar uma melhora significativa nos próximos meses, dado o nível elevado de incerteza econômica e política”, afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens da FGV. Com isolamento e renda menor, brasileiro consome menos e foca em produtos básicos Segundo o levantamento, tanto as avaliações sobre o presente quanto as expectativas em relação aos próximos meses se deterioraram em abril. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 10,5 pontos, para 65,6 pontos, o menor nível desde dezembro de 2016 (64,8 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) despencou 28,9 pontos para 55,0 pontos, o menor valor da série histórica. Entre os quesitos que integram o ICC, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança ao despencar 35,6 pontos, para 21,1 pontos, o menor patamar desde 2005. Houve queda de 29,4 pontos no indicador que mede o grau de otimismo com relação as finanças da família para 62,8 pontos em abril, o menor nível histórico da série. A última vez que o indicador chegou a um valor mínimo histórico foi em outubro de 2015 (64,7 pontos). Confiança do comércio também atinge menor nível da série Já o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas caiu 26,9 pontos em abril, a maior queda em toda a série iniciada em abril de 2010. O ICOM passou de 88,1 para 61,2 pontos, também registrando o mínimo da série histórica. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 12,3 pontos. Em abril, a confiança caiu em todos os seis segmentos. A piora do índice foi influenciada pelo segundo mês consecutivo de queda das expectativas. O Índice de Expectativas (IE-COM), despencou 19,5 pontos e atingiu 63,2 pontos, o menor patamar desde o início da série. Além disso, houve deterioração da percepção dos empresários do setor sobre a situação atual. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) teve perda de 33,0 pontos, registrando 60,9 pontos, o segundo menor valor da série histórica, perdendo apenas para outubro de 2015 (58,4 pontos).