Ao redor do mundo, países vêm liberando recursos multimilionários para combater vírus, mas conta terá que ser paga eventualmente. Ao redor do mundo, países vêm liberando recursos multimilionários para combater a pandemia de coronavírus. Mas de onde está vindo todo esse dinheiro?
Os recursos vêm, sobretudo, de empréstimos. Governos podem tomar dinheiro emprestado de diferentes formas, mas uma das mais recorrentes é por meio dos chamados títulos públicos.
Títulos públicos são contratos emitidos pelo Tesouro Nacional pelos quais investidores – desde pessoas físicas a empresas e até outros governos – emprestam dinheiro ao governo por um período de tempo determinado.
No vencimento, eles recebem o dinheiro que emprestaram com juros, ou seja, com uma determinada rentabilidade, que pode ser pré-fixada (taxa de juros fixa) ou pós-fixada.
Esses títulos são negociados no mercado financeiro, por bancos, fundos de investimento e investidores.
E como esse dinheiro é pago de volta?
Governos normalmente devolvem o dinheiro emprestado por meio da arrecadação dos impostos e, em alguns casos, lucros de suas empresas estatais, como a Petrobras, no caso do Brasil.
Só o tempo dirá se os impostos vão aumentar ou se os governos vão cortar gastos para aumentar sua liquidez (dinheiro disponível em caixa).
Mas os bancos centrais também têm um papel nisso.
O banco central é diferente dos bancos comerciais. Ele regula a oferta de moeda, os juros e o sistema bancário comercial.
Alguns bancos centrais compram títulos do governo e outros ativos. Eles criam "dinheiro novo" para pagar por isso com uma canetada. É o chamado afrouxamento monetário.
Pode ficar mais fácil para os governos venderem os títulos que precisem se o banco central comprar parte deles.
E se o banco central mantiver o título até o vencimento, talvez o governo não precise pagar por eles.
Ou seja, o governo toma emprestado dele mesmo e paga a si mesmo.
Muitos bancos centrais ao redor do mundo já disseram que vão fazer mais afrouxamento monetário nesta pandemia.
Mas isso significa que mais dinheiro será impresso?
O afrouxamento monetário, de fato, é associado à impressão de dinheiro, mas esse dinheiro não é físico.
Alguns economista alertam para uma possível elevação dos preços, e se a oferta de dinheiro aumentar muito rápido, pode haver inflação.
Isso ainda não aconteceu, mas é possível.
Assim, esse dinheiro de emergência pode acabar sendo pago indiretamente por preços mais elevados, o que reduz o poder de compra da população em geral.
Coronavírus: veja as medidas econômicas já anunciadas pelo governo federal e pelo BC
Governo prevê déficit de R$ 419 bi nas contas públicas em 2020, maior valor da série histórica
Medidas anunciadas pelo governo para socorrer a economia já representam mais de 7% do PIB