Investimento direto no país, por sua vez, totaliza US$ 19,23 bilhões no trimestre, sendo suficiente para 'financiar' o rombo externo. Números foram divulgados nesta sexta (24) pelo Banco Central. As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 15,242 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 1,32% na comparação com o mesmo período de 2019, informou o Banco Central nesta sexta-feira (24). Foi o maior rombo para o período desde 2015, ou seja, em cinco anos.
O déficit em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
De acordo com o BC, a piora no rombo das contas externas na parcial deste ano se deve, unicamente, à piora do saldo da balança comercial. O resultado da balança comercial no primeitro trimestre foi positivo, ou seja, houve superávit de US$ 3,636 bilhões. Entretanto, esse valor é muito inferior ao verificado no mesmo período de 2019 (US$ 7,557 bilhões).
As contas de serviços e rendas, por sua vez, registraram melhora nos três primeiros meses deste ano.
O déficit na conta de serviços somou US$ 6,852 bilhões no primeiro trimestre deste ano, contra um resultado negativo de US$ 7,544 bilhões no mesmo período de 2019. Já as rendas apresentaram rombo de US$ 12,027 bilhões de janeiro a março deste ano, contra um déficit de US$ 15,056 bilhões no primeiro trimestre do ano passado.
Em todo ano passado, o déficit das contas externas do Brasil subiu 22%, para US$ 50,762 bilhões.
Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de um déficit menor por conta da pandemia do novo coronavírus, que chegaria a US$ 41 bilhões.
Investimento estrangeiro
O Banco Central também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 19,235 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com alta de 5,18% frente ao mesmo período de 2019 (US$ 18,287 bilhões).
Esse foi o maior valor para os três primeiros meses de um ano desde 2018, quando os investimentos diretos na economia brasileira somaram US$ 21,157 bilhões.
Com isso, os investimentos estrangeiros foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no acumulado deste ano (US$ 15,242 bilhões).
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 78,559 bilhões em 2019, com pequena alta frente ao ano anterior.
Para 2020, o Banco Central estima um ingresso de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.