Na quinta-feira, a bolsa fechou em queda de 1,26%, a 79.673 pontos. O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em forte queda nesta sexta-feira (24), acompanhando o clima negativo nas bolsas internacionais e com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Às 12h50, o Ibovespa tinha queda de 7,77%, a 73.482 pontos. Mais cedo, chegou a recuar 9,54%. Veja mais cotações. Já o dólar operava em forte alta perto do mesmo horário, chegando a R$ 5,71. Entre as principais quedas, Petrobras caía mais de 8% e Vale quase 3%. Na véspera, a bolsa fechou em queda de 1,26%, a 79.673 pontos. l Saída de Moro A decisão de Moro – que ganhou notoriedade como principal juiz da operação Lava Jato – ocorre após a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, pelo presidente Jair Bolsonaro, publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira. O ministro havia imposto como condição para permanecer no governo que pudesse discutir com Bolsonaro a escolha do sucessor de Valeixo à frente da PF, o que não aconteceu, de acordo com uma fonte com conhecimento da decisão do ministro de deixar o governo. "Estamos vendo um governo se desfazer em meio a uma situação gravíssima de política internacional", afirmou Fernando Bergallo, da FB Capital. "A troca do Ministro da Saúde em plena pandemia, obviamente, já pegou muito mal para o investidor estrangeiro, e no momento em que o segundo pilar do governo, que é o Ministro da Justiça, que emprestou a credibilidade toda para o Bolsonaro sai do governo, você está perdendo outra perna desse tripé que não vai se sustentar sozinho", afirmou. "A percepção do mercado seria de que o governo está perdendo o rumo político e o Executivo está se isolando, em meio aos problemas ligados à pandemia global, inclusive com o esvaziamento da pasta de Paulo Guedes", disse a Infinity Asset Management em nota. Chamou atenção nesta semana o fato de o governo ter anunciado um pacote para retomar o crescimento após a crise do coronavírus sem a participação da equipe econômica. A existência de um plano para retomada da economia sob a batuta da Casa Civil estruturado em torno do aumento de investimentos públicos expôs as divisões internas no governo Bolsonaro sobre a melhor estratégia para o país se reerguer da crise, num momento em que o Ministério da Economia segue apostando em reformas para atração de investidores privados. "Aos olhos do mercado, Paulo Guedes não teria mais seu cargo garantido 'para sempre'. Isso assusta os investidores", disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos. "Acho que o cenário para o Brasil se tornou muito mais incerto e negativo até, no mínimo, termos uma visibilidade do que será este 'novo governo'", completou. Um gestor destacou que o nível de risco no mercado está escalando, saindo de estresse diário e tomando forma de receio estrutural. ‘É uma forma de forçar o pedido de demissão de Sergio Moro’, diz Camarotti Cenário externo No exterior, o dia é negativo nos mercados devido às preocupações persistentes sobre o coronavírus, e com os investidores decepcionados com a falta de detalhes sobre um fundo de emergência de trilhões de euros acordado pelos líderes do bloco. As ações chinesas caíram nesta sexta-feira e encerraram a semana em baixa, mas as perdas foram limitadas pois Pequim prometeu mais apoio para sustentar a segunda maior economia do mundo. Na Europa, colabora para a queda dos índices uma liquidação impulsionada por um colapso histórico nos preços do petróleo na segunda-feira, com medidas de bloqueio para conter o surto de vírus interrompendo a produção e esmagando a demanda. "Os investidores estão basicamente dando sinal negativo para o plano de curto prazo que os líderes da Comissão Europeia elaboraram ontem", disse Stefan Koopman, economista de mercado do Rabobank. "Isso não é visto como o suficiente – é apenas percebido como uma medida provisória, e os mercados esperavam ouvir algo sobre o plano de recuperação de longo prazo, mas claramente faltavam detalhes." Variação do Ibovespa em 2020 Economia G1 Initial plugin text