Em 5 semanas, número de norte-americanos que solicitaram o benefício superou 26 milhões, mais do que total de vagas criadas em quase 10 anos no país. O número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego na última semana ficou em 4,43 milhões, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. O número ficou abaixo do registrado nas 3 semanas anteriores. Nas últimas cinco semanas, no entanto, o número de novos pedidos chegou a 26,5 milhões – uma média de 5,3 milhões de pedidos por semana, confirmando que todos os postos de trabalho criados durante o mais longo boom do emprego na história dos Estados Unidos foram eliminados em cerca de um mês, à medida que o novo coronavírus abala a economia. O total de pedidos feitos na semana anterior foi revisado de 5,245 milhões para 5,237 milhões. Novos pedidos de seguro desemprego Economia G1 O total de mais de 26 milhões de pedidos de auxílio-desemprego acumulados desde a semana que terminou em 21 de março representam cerca de 16% da força de trabalho do país. A economia criou 22 milhões de empregos durante o boom empregatício iniciado em setembro de 2010 e encerrado abruptamente em fevereiro deste ano. A expectativa entre economistas em uma pesquisa da Reuters era de que as reivindicações recuariam para 4,2 milhões na semana passada, embora as estimativas tenham chegado a 5,5 milhões. Embora os registros semanais de auxílio-desemprego permaneçam muito altos, os dados da semana passada marcaram o terceiro declínio semanal seguido, aumentando as esperanças de que o pior já passou. O relatório desta quinta soma-se a uma pilha crescente de dados econômicos cada vez mais sombrios. Também ocorre em meio a protestos crescentes contra isolamentos em todo o país para controlar a propagação do Covid-19. Mortes na Califórnia em fevereiro mostram que a Covid-19 já circulava nos EUA O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA deverá cair 5,9% em 2020. O presidente Donald Trump, que está buscando um segundo mandato na Casa Branca nas eleições gerais de novembro, está ansioso para retomar a economia paralisada. Na quarta-feira, Trump aplaudiu as medidas tomadas por uma série de Estados liderados pelos republicanos para começar a reabrir suas economias, apesar das advertências de especialistas em saúde sobre um possível novo surto de infecções. "A economia dos EUA está sangrando empregos em um ritmo e escala nunca antes registrados", disse Scott Anderson, economista-chefe do Bank of the West. "Ele se compara a um desastre natural em escala nacional." Atividade empresarial dos EUA atinge novas mínimas recordes Outra pesquisa mostrou que a atividade empresarial dos Estados Unidos atingiu novas mínimas recordes em abril. A empresa de dados IHS Markit disse nesta quinta-feira que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto preliminar dos EUA, que rastreia os setores de manufatura e serviços, caiu para uma leitura de 27,4 este mês. Esse foi o menor resultado desde que a série começou, no final de 2009 e seguiu uma leitura final de 40,9 em março. Uma leitura abaixo de 50 indica uma contração na produção do setor privado. O PMI preliminar do setor de serviços caiu para a mínima recorde de 27,0 este mês de 39,8 em março, ante expectativa de 31,5. A atividade industrial contraiu mais este mês, com o PMI preliminar despencando a 36,9, nível mais fraco desde março de 2009 e ante 48,5 em março.