Na véspera, moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 5,4092 e bateu novo recorde de fechamento. Notas de dólar Reuters/Dado Ruvic O dólar opera em alta nesta quinta-feira (23), chegando a bater R$ 5,49, renovando máximas históricas, com expectativas de mais um corte na taxa Selic pressionando a moeda brasileira. Às 14h52, a moeda norte-americana subia 1,37%, a R$ 5,4834. Na máxima até o momento, chegou R$ 5,4984 – nova cotação máxima nominal (sem considerar a inflação) durante um pregão. Veja mais cotações. Pouco depois da abertura, o Banco Central anunciou um leilão extraordinário de swap tradicional, o que ajudou a amenizar o ritmo de avanço do dólar. Foram vendidos todos os 10 mil contratos de swap cambial ofertados. Na quarta-feira, o dólar encerrou o dia a R$ 5,4092, em alta de 1,91%, marcando um novo recorde nominal de fechamento. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4152. No mês, a moeda acumula alta de 4,10%. No ano, a valorização chegou a 34,90%. Expectativa de corte nos juros O viés de alta ocorre em meio a expectativas de corte de juros, que levantam preocupações sobre a entrada de fluxo nos mercados brasileiros. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na segunda-feira que o cenário analisado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião — quando avaliou que tanto uma redução maior no juro quanto afrouxamentos monetários adicionais poderiam se tornar "contraproducentes" — mudou. Na ocasião, o BC cortou a Selic em 0,50 ponto percentual, a 3,75%. Um juro mais baixo coloca o Brasil — historicamente conhecido por suas altas taxas — em desvantagem competitiva em relação a outros emergentes na tentativa de atrair fluxo de capital para a renda fixa. Esse desestímulo fica mais evidente uma vez que o Brasil há tempos deixou de ser grau de investimento pelas principais agências de classificação de risco. Em 2020, o fluxo cambial ao Brasil está negativo em US$ 12,878 bilhões. No mesmo período de 2019, havia superávit de US$ 1,295 bilhão, destaca a Reuters. Segue no radar dos investidores também o anúncio de novas respostas à crise econômica. O governo federal anunciou na véspera o programa Pró-Brasil, que, segundo o ministro de infraestrutura, Tarcício Freitas, prevê R$ 30 bilhões de investimentos públicos e R$ 250 bilhões em contratos de concessões à inciativa privada. O programa, porém, ainda carece de detalhamento. Comentaristas analisam o Plano Pró-Brasil e a ausência da equipe econômica no anúncio Dólar – 22.04.2020 Economia G1