Proposta foi anunciada pelo ministro Onyx Lorenzoni e pelo presidente da Caixa, mas governo voltou atrás na quarta. Presidente diz que só haverá pagamento quando houver dinheiro para isso. Após ter anunciado, governo diz agora que não pode antecipar 2ª parcela de auxílio
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (23) em rede social que não aprovou o anúncio de que a segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 seria antecipada. Segundo ele, esse comunicado foi feito por um ministro, "sem estar autorizado".
A antecipação da segunda parcela foi divulgada pelo governo na segunda (20), em entrevista sobre o benefício emergencial. Nesta quarta (22), o Ministério da Cidadania descartou a possibilidade porque muitas pessoas ainda não receberam sequer a primeira parcela.
"Nada foi cancelado. Um ministro anunciou, sem estar autorizado, que iria antecipar a segunda parcela. Primeiro se deve pagar a todos a primeira parcela, depois o dinheiro depende de crédito suplementar já que ultrapassou quase 10 milhões o número de requerentes. Tudo será pago no planejado pela Caixa", escreveu o perfil oficial do presidente.
A resposta foi dada a uma seguidora que questionou sobre um "cancelamento do auxílio" de R$ 600, pago a informais e famílias de baixa renda afetadas pela pandemia do coronavírus. Na postagem original, Bolsonaro falava de outro tema: o preço do combustível nas refinarias.
O post do presidente não indica explicitamente quem seria o ministro "não autorizado". O anúncio de segunda-feira foi feito pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em coletiva com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Pedro Guimarães chegou a anunciar um cronograma da antecipação. Por esse calendário, agora cancelado, o pagamento começaria nesta quinta e seguiria até o próximo dia 29, escalonado com base na data de nascimento do beneficiário.
Segundo Guimarães, essa antecipação seria possível porque a capacidade de pagamentos supera o ritmo de aprovação dos cadastros pelo Dataprev. "Como não recebemos [toda] a base de dados, antecipamos o pagamento. Se tivéssemos recebido a base de dados, não teríamos antecipado", disse.
Na quarta, o Ministério da Cidadania cancelou a antecipação indicando um outro problema, de cunho orçamentário. Segundo a pasta, para começar o pagamento da segunda parcela ao mesmo tempo em que paga a primeira parcela de cadastros "atrasados", seria preciso aprovar mais espaço no orçamento.
"Por fatores legais e orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise, estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do auxílio-emergencial", informou o governo federal.
O cronograma original, anunciado no início de abril, prevê que a segunda parcela seja paga entre os dias 27 e 29 de abril, na próxima semana. No comunicado mais recente, o ministério não informa datas específicas para depositar o auxílio.
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