O DAX, de Frankfurt, fechou o dia com ganhos de 0,47% e o FTSE 100, de Londres, subiu 0,45%. Os índices acionários europeus estenderam os ganhos da semana anterior e encerraram a sessão desta segunda-feira (20) em alta. Analistas atribuem o otimismo às discussões para a reabertura gradual das economias em países desenvolvidos, em meio à desaceleração no número global de infectados pelo novo coronavírus.
O índice Stoxx Europe 600 encerrou a sessão em alta de 0,67%, aos 335,70 pontos, enquanto o DAX, de Frankfurt, fechou o dia com ganhos de 0,47%, aos 10.675,90 pontos. O FTSE 100, de Londres, subiu 0,45%aos, 5.812,83 pontos e em Paris, o CAC 40 registrou valorização de 0,65%, aos 4.528,30 pontos.
Os casos relatados de coronavírus ultrapassaram 2,4 milhões em todo o mundo. No entanto, novas infecções em alguns países parecem estar diminuindo, e os governos estão avaliando quando e como adotar medidas de flexibilização às restrições à atividade econômica.
Segundo dados compilados pelo Deutsche Bank, o crescimento global de novos casos diminuiu para 2,3%, incluindo um aumento de 3,3% nos Estados Unidos.
Enquanto os países se preparam para permitir a retomada gradual da economia, os investidores já esperam resultados corporativos muito ruins neste ano e estão se concentrando em qualquer orientação futura que as empresas possam fornecer para 2021, disse Hani Redha, gerente de portfólio da PineBridge Investments.
"A recuperação será muito mais lenta do que muitos estão descrevendo quando dizem que ela será em forma de V", disse Redha. As medidas tomadas pelo governo dos Estados Unidos e pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para suportar a economia são voltadas para mitigar o pior dos danos, disse ele.
No cenário macroeconômico, o banco central da Alemanha disse, nesta segunda, que a economia do país mergulhou em uma recessão severa, da qual é improvável que se recupere rapidamente. As restrições a empresas e famílias, destinadas a conter o coronavírus, devem permanecer até que uma vacina seja encontrada, prejudicando a produção, disseram os formuladores de política monetária.
"O desempenho das ações não pode divergir por um período prolongado dos fundamentos; portanto, se não observarmos uma verdadeira recuperação econômica nos próximos meses, espere outra perna de baixa nos mercados de ações", afirmou Hussein Sayed, estrategista de mercado da FXTM.
O analista acredita que o sucesso das medidas de flexibilização do bloqueio em países europeus como Alemanha, Espanha, Itália e Suíça, entre outros, determinará se essa recuperação do mercado ainda têm fôlego para se estender por mais tempo.
Os investidores continuam preocupados com a falta de acordo entre as autoridades europeias sobre a adoção de ferramentas, como a emissão de títulos comuns, o que ajudaria a aliviar o fardo das nações endividadas na região, à medida que enfrentam uma recessão iminente, disse Steen Jakobsen, diretor de investimentos e economista no Saxo Bank.
O alcance dos danos econômicos decorrentes da pandemia provavelmente se tornará mais evidente nos países do sul da zona do euro, acrescentando mais pressão às dívidas da Itália e da Espanha, disse Jakobsen.
"Agora teria início a temporada turística. Portanto, o real impacto deve vir agora aos países do sul: muitos deles têm 20% do PIB relacionado ao turismo", disse Jakobsen. "O verdadeiro dano econômico vem agora", afirmou à Dow Jones Newswires.