Cotação do barril chegou a US$ 19,20 nesta quarta-feira (15). O preço do barril WTI, petróleo de referência nos Estados Unidos, registrou nesta quarta-feira (15) a menor cotação desde 2002, em meios a dúvidas do mercado de que o novo corte da produção anunciado pela Opep consiga aliviar a queda da demanda.
Às 9h20 (6h20 de Brasília), o barril americano de WTI, para entrega em maio, recuava 2,34% e era negociado a US$ 19,66, depois de chegar a cair a US$ 19,20.
Já o barril de Brent (referência internacional), era negociado a US$ 28,38 em Londres, com queda de 4,12%.
Os principais nomes do mercado não parecem muito convencidos do acordo alcançado no domingo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus associados, reunidos na Opep+, que decidiram reduzir a produção diária em 9,7 milhões de barris em maio e junho, com o objetivo de reequilibrar o mercado e elevar os preços do petróleo em meio à pandemia de coronavírus.
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AIE prevê queda histórica da demanda
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê uma queda histórica da demanda de petróleo em 2020, de menos 9,3 milhões de barris por dia (mbd), devido à paralisação da economia mundial provocada pela pandemia de coronavírus.
A queda histórica fará com que o consumo mundial retorne ao nível de 2012, a 90,6 mbd, segundo os cálculos da agência com sede em Paris.
Apenas em abril, a AIE prevê uma queda da demanda de 29 milhões de barris por dia em comparação com 2019, número inédito em 25 anos. O consumo deve cair outros 26 mbd em maio (em ritmo anual) e 15 mbd em junho.
A agência prevê uma recuperação no segundo semestre, graças às medidas adotadas para conter a pandemia e apoiar a economia, mas o retorno a uma demanda normal será "progressivo".
Em dezembro, o consumo deve continuar, em média, 2,7 mbd inferior aos números de 2019.
"A economia mundial sofre uma pressão de nível desconhecido desde a Grande Depressão dos anos 1930", afirmou a AIE.