Safra total é a quinta maior dos últimos 30 anos, com produtividade de 1.045 caixas por hectare. Procura por laranja aumenta 30% no início de abril por conta do coronavírus
O cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro terminou a safra de laranja 2019/20 com produção de 386,79 milhões de caixas de 40,8 quilos, avanço de 35,3% em relação ao ano anterior, de acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Segundo dados da entidade, a produtividade de 1.045 caixas por hectare verificada nesta temporada, um ano de alta no ciclo bienal de produção da laranja, foi a maior já registrada, enquanto a safra total é a quinta maior dos últimos 30 anos.
Durante a pandemia do novo coronavírus, a procura pela fruta subiu cerca de 30%. Rica em vitamina C, a laranja é associada no aumento da resistência e ajuda na recuperação da gripe comum. Não existem estudos científicos que comprovem a eficácia do alimento na cura da Covid-19.
O gerente-geral da Fundecitrus, Juliano Ayres, atribuiu a grande safra à evolução no uso da tecnologia e ao clima favorável, que "possibilitou que as plantas atingissem o ápice do potencial produtivo em termos de frutos por árvore".
Mesmo robustos, os resultados vieram levemente abaixo do que a entidade projetava no começo da temporada, com a produção total terminando 0,54% aquém do esperado e a produtividade ficando 6 caixas/hectare abaixo da estimativa inicial.
Isso reflete em chuvas 9% abaixo da média histórica na fase de enchimento dos frutos, o que contribuiu para que o peso médio da laranja nesta safra ficasse aquém do inicialmente esperado pela Fundecitrus.
Além disso, a taxa média de queda de frutos do cinturão citrícola foi a mais alta já medida pela entidade, totalizando 17,63%. As maiores taxas de quedas, no Sul e no Centro do cinturão, estão diretamente relacionadas à presença ou sintomas de "greening", que superaram 30% em ambos os locais.