Fatia de famílias inadimplentes, entretanto, ficou estável em 25,3% em abril. Já o percentual de famílias sem condições de pagar contas ou dívidas em atraso recuou para 9,9%. O percentual de famílias com dívidas no país subiu para 66,6% em abril, batendo novo recorde histórico, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se do maior percentual da série histórica do levantamento, iniciado em janeiro de 2010. O recorde anterior era o de mês de março, quando o percentual chegou a 66,2%. Evolução do percentual de famílias com dívidas Economia G1 Esta foi a primeira Peic realizada após o início da pandemia de coronavírus no Brasil. A coleta dos dados ocorreu entre 20 de março e 5 de abril. O indicador considera dívidas os compromissos assumidos com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. Inadimplência fica estável O levantamento mostra, entretanto, que a inadimplência se manteve estável em abril. O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso ficou em 25,3% em abril – mesmo percentual registrado em março. Em comparação com igual período de 2019 (23,9%), contudo, houve crescimento. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou queda em abril, no comparativo mensal, passou de 10,2% do total, em março de 2020, para 9,9% em abril. Entretanto, o indicador também avançou na comparação anual. Em abril do ano passado estava em 9,5%. “Os resultados mensais favoráveis em relação à inadimplência revelam que, apesar das dificuldades com a quarentena aplicada em diversos estados e cidades, as famílias estão conseguindo quitar os compromissos com empréstimos e financiamentos”, avaliou a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira. Segundo a CNC, a alta do endividamento reflete diretamente as medidas de ampliação do crédito e injeção de liquidez feita pelo governo federal e Banco Central por conta da pandemia. Veja a lista de medidas já anunciadas pelo governo Principais dívidas O cartão de crédito foi mais uma vez apontado como o principal tipo de dívida, sendo citado por 77,6% seguido por carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%). “A proporção de dívida em cartão diminuiu novamente neste mês, enquanto as dívidas em carnês ganharam espaço na composição do endividamento. Também vêm se destacando o crédito consignado e o cheque especial”, ressalta a economista.