'A gente não está preocupado com visualizações', diz João Bosco ao G1. João Bosco e Vinícius Rubens Cerqueira/Divulgação Em outubro de 2019, a dupla João Bosco e Vinícius gravou o DVD "Ao Vivo em Goiânia". Deste então, o lançamento das 12 canções tem sido faixa a faixa. Por enquanto, já divulgaram "Segunda taça" – atual música de trabalho – "Bebida e Fumaça", "Dois Doidin", "1900 e vovô" e "Onde não tinha espaço". Esta última, lançada em meio a um conflito sobre autorização de gravação. A dupla gravou a música composta por Elvis Elan e Henrique Castro, pela primeira vez, em 2017. Em julho de 2019, acertaram com os compositores o contrato de exclusividade válido por um ano No dia 1 de abril, João Bosco e Vinícius divulgaram a versão ao vivo da música, gravada durante o registro do DVD em outubro de 2019 No dia seguinte, em 2 de abril, Naiara Azevedo divulgou a mesma canção com um clipe. O vídeo é registro do DVD da cantora gravado em dezembro de 2019 Ao ver o lançamento de Naiara, João Bosco e Vinícius publicaram nas redes sociais o contrato de exclusividade de gravação da música, válido por 12 meses (a vencer em julho de 2020) Naiara não gostou da exposição e questionou a dupla sobre o motivo de não terem a procurado para saber se ela também tinha o contrato. "Eu explicaria tudo para vocês sem nenhum problema, porque não agi hora nenhuma de maneira errada." A cantora garante ter o contrato de liberação da faixa desde março de 2018 (porém não de exclusividade). Veja comunicado na íntegra. Ao G1, João Bosco falou sobre o atrito. O sertanejo conta que estava em sua fazenda e diz que soube o que estava acontecendo somente após a publicação sobre o assunto, feita por sua equipe de marketing junto ao jurídico, nas redes sociais da dupla. "Vou falar o que meu advogado falou. A partir do momento que você tem exclusividade da música, podem ter mil artistas com a liberação. Se um deles tem a exclusividade, os outros 999 podem gravar, mas só podem lançar a música a partir do momento em que a exclusividade daquele artista único vencer." "A Naiara poderia ter gravado a música. Acredito que ela tenha a liberação, apesar de não ter apresentado. Mas, palavras do advogado, ela só poderia ter lançado a música a partir do momento em que vencesse a nossa exclusividade", explicou o cantor. "E nós não temos nada contra a Naiara. Eu particularmente tenho um carinho muito grande por ela, já estivemos junto várias vezes, o Vinícius também." "Até li depois que ela disse que poderíamos ter resolvido isso com um simples telefonema. Mas por que ela não catou o telefone e nos ligou? Por que não partiu dela, sendo que ela tinha a liberação e nós tínhamos a exclusividade?", questiona. Não é a primeira vez que João Bosco e Vinícius passam por problemas envolvendo contratos de gravações e exclusividade de músicas. Há alguns anos, eles lançaram três músicas ("Falando Sério", "Sufoco" e "Curtição"), que haviam sido gravadas por Luan Santana ainda na época em que era conhecido como Gurizinho. Os fãs de Luan não gostaram e o fato foi parar até nas páginas da biografia do cantor, escrita por Ricardo Marques e lançada em 2015. "A gente nunca teve oportunidade de se defender. Em relação às músicas, foi-nos apresentada através da editora [Panttanal]. Gostamos das músicas e gravamos as músicas com as devidas liberações e com as devidas exclusividades." João Bosco e Vinícius Rubens Cerqueira/Divulgação "Nós nunca roubamos músicas de ninguém, nunca quisemos pisar no pescoço de ninguém. Muito pelo contrário, somos vistos no mercado como artistas que sempre deram oportunidades pra outros artistas. Não temos esse estilo de trabalho. Somos muito mais agregadores", defende João Bosco. "Nós não conhecemos nenhuma dessas músicas na voz do Luan. E mesmo se tivéssemos conhecido, ele não era o compositor da música". Segundo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), "Falando Sério" e "Curtição" são compostas por Elizandra Santos e, "Sufoco", uma parceria entre Adliel Martins Rodrigues (conhecido como Fred Liel) e Daniel Damasceno. 'E em relação ao Luan, quero deixar bem claro. Sou fã daquele moleque, não só eu como Vinícius." "Somos fãs do trabalho do Luan, do jeito que ele leva a carreira dele, da dedicação. Ele, como nós, somos desbravadores e representantes do Mato Grosso do Sul em relação à música nacional e a gente só tem admiração por ele." Crise na música Deixando os problemas do passado para trás, João Bosco está de olho no futuro diante da crise causada no entretenimento por causa da pandemia de coronavírus. O cantor têm debatido bastante o assunto em um grupo de WhatsApp que tem com empresários e outros artistas do mercado sertanejo como Gusttavo Lima, Thiago Brava e George Henrique e Rodrigo. "Eu sou um cara que, apesar de ser muito otimista, neste momento, eu estou bem pessimista." "Nosso setor foi o primeiro a sofrer e vai ser o último a se recuperar. Porque música, apesar de trazer muita alegria para as pessoas, é uma coisa meio supérflua. As pessoas não deixam de colocar comida na mesa para poder comprar um convite pra ir pra show." "Isso já é meio que de praxe no dia a dia de nosso trabalho. Imagina com tudo isso que está acontecendo que não poder haver aglomerações." Ainda assim, João Bosco garante que a dupla sertaneja seguirá com o compromisso com seus funcionários no escritório. "A gente botou isso na cabeça. Já tínhamos um caixa destinado a qualquer problema e a gente vai manter o pessoal de acordo com o que as leis mandam e com que nosso escritório de contabilidade esteja falando pra gente." Após sucesso e controvérsia, sertanejos planejam mais lives com equipes de até 10 pessoas Mais que views… Lives arrecadam ao menos 1,4 mil toneladas de alimentos e quase R$ 1 milhão Live A dupla estava reticente em entrar na onda das lives de quarentena, mas mudou de ideia e programou uma transmissão on-line para o dia 20 de abril, às 21h. "Não era nossa intenção, porque a gente está levando muito à sério essa questão do distanciamento social. Eu estou entre minha casa e a fazenda, sempre. E o Vinícius está em casa." "Mas estamos procurando uma forma de se fazer uma live totalmente reduzida, em que a gente respeite realmente o que a Organização Mundial da Saúde está pedindo pra que a gente faça." "Eu e Vinícius estamos buscando uma coisa bem light mesmo. E a gente não está preocupado com visualizações. A gente quer fazer uma coisa numa boa, que a gente se divirta e que as pessoas que estejam nos vendo também se divirtam." Sobre as lives que geraram críticas devido à aglomeração no local de gravação, João acredita que a decisão sobre o procedimento é muito particular. "Eu acho que, em tudo na vida, as pessoas têm que achar um meio termo. Ninguém quer fazer feio, principalmente depois que Gusttavo reinventou a forma de se fazer live. Basta todo mundo se cuidar, estar com luva na mão, passando sempre álcool gel, lavando as mãos e mantendo o distanciamento." João Bosco e Vinícius Rubens Cerqueira/Divulgação