No primeiro bimestre de 2020, antes da crise do coronavírus, o nível de atividade avançou 0,33%. Em 12 meses até fevereiro, o índice cresceu 0,66%. A economia brasileira cresceu 0,35% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, aponta o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado nesta terça-feira (14) pelo Banco Central (BC).
O indicador é considerado uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
O resultado foi calculado após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).
Na comparação com fevereiro do ano passado, o índice de atividade apresentou crescimento de 0,60%, segundo informações do Banco Central.
De acordo com a instituição, na comparação com janeiro, o mês de fevereiro registrou o primeiro aumento da prévia do PIB, desde outubro do ano passado (segundo dados revisados). Foi o primeiro crescimento depois de três meses de retração.
Esse resultado ainda não capta os efeitos da pandemia do coronavírus na economia mundial e brasileira, que começaram a ser sentidos com mais intensidade a partir do mês de março.
Ainda de acordo com a instituição, foi registrada uma alta de 0,33% no primeiro bimestre deste ano, contra o mesmo período do ano passado, e de 0,66% em 12 meses até fevereiro. Esses valores foram calculados sem ajuste sazonal, pois consideram períodos iguais.
PIB e IBC-Br
O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.
O cálculo dos dois são diferentes. O índice do Banco Central incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
Definição dos juros básicos da economia
O IBC-Br ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Com o menor crescimento, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, a taxa Selic está em 3,75% ao ano, na mínima histórica.
Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2020, a meta central de inflação é de 4%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 5,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Diante da inflação em queda, por conta dos efeitos do novo coronavírus no nível de atividade, o mercado financeiro projeta uma nova redução dos juros básicos da economia em maio. A expectativa da maior parte dos analistas é de uma queda de 0,5 ponto percentual, para 3,25% ao ano.