Estudo da ONU mostra que custo financeiro e humano de pandemia pode levar países em desenvolvimento a voltar a patamar de pobreza de 30 anos atrás. Países em desenvolvimento podem voltar a patamar de pobreza de 30 anos atrás, diz estudo da ONU Getty Images As consequências econômicas do coronavírus podem empurrar até 500 milhões de pessoas para a pobreza. O alerta consta de um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o custo financeiro e humano da pandemia. Por causa da crise, diz a pesquisa, o nível de pobreza em países em desenvolvimento poderia voltar a um patamar de 30 anos atrás. OMC projeta queda comercial pior do que a da crise financeira de 2008 Pesquisa mostra impacto disseminado do coronavírus na economia mundial Os pesquisadores usaram dados do Banco Mundial para medir os efeitos da redução dos gastos nas economias do mundo em três níveis de pobreza – U$ 1,90 (R$ 9,75), U$ 3,20 (R$ 16,40) e U$ 5,50 (R$ 28,18) por dia. As previsões pessimistas ocorrem uma semana antes de encontros do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI) e ministros de finanças do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). Redes de segurança O estudo foi escrito por especialistas da King's College London, no Reino Unido, e da Australian National University (ANU), na Austrália. "A crise econômica será potencialmente ainda mais grave do que a crise da saúde", escreveu Christopher Hoy, da ANU. Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA superam 6 milhões pela 2ª semana consecutiva Coronavírus: 3 respiradores para 5 milhões de pessoas: o drama da pandemia na África O relatório, que estima um aumento de 400 a 600 milhões no número de pessoas em situação de pobreza em todo o mundo, diz que o potencial impacto do vírus representa um grande desafio para se cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU de acabar com a pobreza até 2030. "Nossas descobertas apontam para a importância de uma expansão substancial das redes de segurança social nos países em desenvolvimento o mais rápido possível e – de maneira mais ampla – uma atenção muito maior ao impacto da covid-19 nos países em desenvolvimento e ao que a comunidade internacional pode fazer para ajudar", afirmou Andy Sumner, do King's College London. Quando a pandemia terminar, prevê o estudo, mais da metade da população mundial, ou 3,9 bilhões de pessoas, podem estar vivendo na pobreza. Coronavírus: veja as medidas econômicas já anunciadas pelo governo federal e pelo BC Meirelles defende 'imprimir dinheiro' contra crise do coronavírus: 'Risco nenhum de inflação' Considerando o patamar de pobreza de U$ 5,50 (R$ 28,18) por dia, cerca de 40% dos novos pobres estariam concentrados no leste da Ásia e no Pacífico, com cerca de um terço na África Subsaariana e no sul da Ásia. A América Latina responderia por 10% desse aumento global. No início desta semana, mais de 100 organizações internacionais pediram a suspensão dos pagamentos da dívida este ano para os países em desenvolvimento, que liberariam US$ 25 bilhões (R$ 128 billhões) em recursos para suas economias. Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal! https://www.youtube.com/watch?v=hxZpWYwNo5M https://www.youtube.com/watch?v=i1fmJbOhFc4 https://www.youtube.com/watch?v=Ya59JcvPVZo