Levantamento da FGV em pareceria com o instituto suíco KOF revela que a crise de saúde terá um abalo 'sem precedente' para a atividade em todos os continentes. O impacto da pandemia causada pelo coronavírus é disseminado na economia global, em âmbitos regional e setorial. É o que mostrou nesta quarta-feira (8) a Fundação Getulio Vargas (FGV) ao anunciar novo levantamento sobre o tema, realizado em parceria com o instituto econômico suíço KOF da ETG Zurique. Na pesquisa, o Barômetro Global Coincidente, o indicador referente ao levantamento que mensura momento atual, caiu 8,5 pontos em abril, de 77,9 pontos para 69,4 pontos, o menor nível desde maio de 2009, sinalizando aprofundamento da desaceleração do PIB Mundial. No âmbito regional, as principais contribuições para o desempenho desfavorável do indicador foram originadas das regiões Ásia, Pacífico e África. Pelo lado setorial, o segmentos que mais influenciou resultado negativo do barômetro coincidente foi tópico "desenvolvimento econômico geral", que abrange evolução das economias em nível agregado – seguido por comércio, indústria e serviços. Medidas econômicas na crise do coronavírus: veja perguntas e respostas SÃO PAULO – Rua 25 de março, em São Paulo, com o comércio fechado nesta sexta-feira (20) para evitar a propagação do novo coronavírus Marcelo Brandt/G1 A FGV acrescentou ainda que, na análise, outro indicador, Barômetro Global Antecedente, que mensura tendências, recuou 12,5 pontos no mês, ao passar de 86,9 pontos em março para 74,4 pontos em abril. No lado regional, contribuíram mais para o resultado final de contração do indicador o Hemisfério Ocidental. Já no âmbito setorial, as principais contribuições para recuo do indicador partiram dos tópicos "desenvolvimento econômico geral", indústria e comércio. Na prática, os resultado de ambos os indicadores mostram que a disseminação da epidemia para fora da região asiática fez com que a crise de saúde abalasse economias de todos os continentes, ressaltou a FGV, em comunicado. Para Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), os dados da pesquisa comprovam que a influência da nova doença sobre a atividade global é "sem precedentes" . "Além desses aspectos, a velocidade da crise também impressiona, na medida em que as inflexões nos indicadores antecedente e coincidente são virtualmente simultâneas. Esse conjunto de informações mostra uma crise gerada por fundamentos muito distintos daqueles responsáveis por recessões recentes, mesmo entre aquelas afetando vários países em um mesmo intervalo de tempo” comentou Picchetti, em nota. Ao elaborar a pesquisa e o cálculo dos indicadores, as duas instituições usam como base de dados resultados de levantamentos de tendências econômicas em mais de 50 países. O barômetro coincidente inclui mais de 1.000 séries temporais diferentes, enquanto o antecedente abrange mais de 600 séries temporais. Initial plugin text