Nas redes sociais, frase 'fica, Mandetta' mobilizou cinco vezes mais o debate político do que o apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o sentimento positivo em relação a sua atuação se devem à visão de que seu trabalho é técnico e à percepção de ele estar liderando de forma correta a resposta do país à pandemia do coronavírus. A conclusão é fruto de uma pesquisa nas redes sociais da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que entre segunda (7) e terça-feira (8) mediu os temas que mais mobilizaram o debate público no país. A conclusão é de que a defesa da permanência de Mandetta na pasta da Saúde mobilizou 60% do debate político em redes sociais, cinco vezes mais do que a base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva na segunda-feira (6) Reprodução/GloboNews Os grupos de direita, que atuam na defesa do presidente, focaram as críticas ao ministro da Saúde em grupos de Whattsapp. O monitoramento de 171 grupos públicos de Whatsapp focaram em críticas ao ministro e elogios ao uso de substâncias como a cloroquina, de eficácia não comprovada no combate à covid-19 (doença causada pelo vírus). A chamada base não-alinhada, aquele grupo de perfis que compartilha mensagens que não se enquadram nem na oposição ao governo, nem nos perfis de direita que apoiam Bolsonaro, foi engolida nos debates da saída do ministro pelo grupo oposicionista. Apesar de fazer parte do primeiro escalão do governo, o perfil de Mandetta foi dissociado do núcleo governista, como um personagem de fora da esfera governamental. O debate do coronavirus no Brasil mobilizou, entre 17 de março e 6 de abril, 95,55 milhões de menções apenas em uma rede social, o Twitter. A aprovação ao ministro também foi comprovada em outras pesquisas, como a Datafolha, que mostrou que a maioria da população aprova o isolamento social imposto para conter o avanço da pandemia do coronavirus. Datafolha: governadores têm aprovação maior que de Bolsonaro durante crise do coronavírus Initial plugin text