Foi o terceiro resultado negativo em 4 meses, com o setor perdendo dinamismo antes mesmo das medidas de isolamento e de distanciamento social impostas no país em razão da pandemia. O volume de serviços prestados no Brasil caiu 1% em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do pior resultado do setor desde julho de 2018 (-3,1%) e do terceiro resultado negativo do setor em quatro meses, o que indica que uma perda de dinamismo antes mesmo das medidas de isolamento e de distanciamento social impostas no país em razão da pandemia de coronavírus. O IBGE também revisou para baixo a alta de janeiro, para uma taxa de 0,4%, ante leitura anterior de avanço de 0,6%. Evolução do volume de serviços no país mês a mês Economia G1 "Após crescer 0,4% em janeiro, o setor voltou a cair, ficando 11,1% abaixo do ponto mais alto da série, que ocorreu em novembro de 2014", destacou o IBGE. Na comparação com fevereiro de 2019, o total do volume de serviços avançou 0,7%, alcançando a sexta taxa positiva consecutiva, apesar de a magnitude do crescimento ter se mostrado menos intensa. No acumulado no ano houve alta de 1,2% frente a igual período do ano anterior. Em 12 meses, o setor também mostrou perda de ritmo, passando a acumular avanço de 0,7% em fevereiro, ante alta acumulada de 1% em janeiro. Pandemia segue afetando a economia do Brasil O que cresceu e o que caiu Das 5 atividades pesquisadas, 3 registraram queda em fevereiro, com destaque para os Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,9%) e Serviços de informação e comunicação (-0,5%), e serviços prestados à família (-0,1%). Por outro lado, houve crescimento nas atividades de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,4%) e de outros serviços (0,2%). Veja a variação do volume de serviços em fevereiro, por atividade e subgrupos: Serviços prestados às famílias: -0,1% Serviços de alojamento e alimentação: 0,2% Outros serviços prestados às famílias: 0,2% Serviços de informação e comunicação: -0,5% Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -0,3% Telecomunicações: zero Serviços de tecnologia da informação: -1,3% Serviços audiovisuais: -4,2% Serviços profissionais, administrativos e complementares: -0,9% Serviços técnico-profissionais: -2,7% Serviços administrativos e complementares: -1,6% Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: 0,4% Transporte terrestre: 1% Transporte aquaviário: 4,7% Transporte aéreo: 1,9% Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1% Outros serviços: 0,2% Já o índice de atividades turísticas teve variação negativa de 0,3% em fevereiro, passando a acumular perda de 0,7% em dois meses e eliminado parte do avanço verificado em dezembro de 2019 (1,8%). Serviços caíram em 16 das 27 Unidades da Federação Regionalmente, 16 das 27 unidades da federação registraram retração no volume dos serviços em fevereiro, com destaque para São Paulo (-0,6%) e Minas Gerais (-1,8%). Em contrapartida, os principais impactos positivos em termos regionais vieram do Rio de Janeiro (1,2%) e do Rio Grande do Sul (1,7%). Perspectivas O setor de serviços tem forte peso sobre o Produto Interno Bruto, cuja expectativa para este ano na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central já é de uma contração de 1,18% em meio às consequências da pandemia de coronavírus. A epidemia de coronavírus fechou muitas empresas e deixou trabalhadores em isolamento em casa, o que provoca fortes incertezas sobre a economia e o mercado de trabalho e mina qualquer chance de recuperação do setor de serviços. Os efeitos mais concretos dessas medidas devem aparecer nos resultados de março sobre as atividades econômicas do país. "O que a gente imagina agora é uma queda expressiva em março e uma continuidade da queda em abril e maio, a depender da quarentena e como vão sobreviver as empresas pós-Covid-19", disse à Reuters o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. Com coronavírus, bancos projetam recessão no 1º semestre e reduzem previsão para o PIB