Ministro da Saúde pediu, ainda, que 'quem tiver máscara N95, doe para um hospital'. Máscaras do tipo N95 produzidas pela 3M nos Estados Unidos Reuters/Nicholas Pfosi O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta terça-feira (7) que irá comprar toda a produção de máscaras feita no Brasil pela empresa 3M, uma das principais fabricantes do mundo. "Hoje eu fiz um call com a empresa 3M. A gente vai adquirir a capacidade de produção total dessa fábrica aqui no Brasil. A gente imagina que vai conseguir ter 1,5 milhão até 1,8 milhão de máscaras para o nosso mercado confirmadas no mês de abril. Depois, no mês de maio e, depois, no mês de junho. Quer dizer, a gente vai ter abastecimento razoável", disse Mandetta. Mandetta diz que embaixador da China vai ajudar a garantir envio de compras O ministro também pediu aos cidadãos que tenham máscaras do tipo N95 em casa, que doem a hospitais: "Nós continuamos com dificuldade no mercado chinês para garantir a compra [de máscaras]. Esta máscara [N95] é para pessoas que trabalham na área crítica no hospital. Quem tiver em casa, por favor, vá até uma unidade hospitalar e deixe lá. Usem em casa a de TNT." O anúncio ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que poderia embargar toda a produção para o uso exclusivo do país. Mesmo com essa declaração de Mandetta sobre as máscaras, até esta segunda-feira (6), a 3M havia afirmado ao G1 que ainda não tinha como informar se o Brasil seria afetado pela ordem do presidente americano. Sem exportações Trump aciona lei de guerra para garantir que a produção de máscaras fique no país Na semana passada, Trump invocou a Lei de Produção de Defesa para obrigar a 3M a produzir e vender máscaras N95 para os Estados Unidos na quantidade que o governo julgar necessárias. A lei, dos anos 1950, permite o direcionamento da produção das empresas privadas e foi criada na época porque os americanos temiam problemas de abastecimento durante a Guerra da Coreia. Trump pediu ainda que a 3M parasse de exportar o produto para o Canadá e a América Latina. A companhia respondeu que a medida teria implicações humanitárias significativas e que poderia trazer retaliações de outros países. Sem se sensibilizar, no sábado (4) o presidente dos EUA voltou a defender a retenção de toda a produção em seu país: "Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo máscaras. É por isso que estamos acionando várias vezes a Lei de Produção de Defesa. Você pode até chamar de retaliação porque é isso mesmo. É uma retaliação. Se as empresas não derem o que precisamos para o nosso povo, nós seremos muito duros." Em resposta a 3M afirmou que ampliou sua produção e que está fabricando o maior número possível de máscaras N95 nas últimas semanas e meses. Em um comunicado divulgado no domingo, a empresa disse que “A 3M continuará a maximizar a quantidade de máscaras que podemos produzir para os heroicos profissionais da saúde nos EUA e no mundo, como fizemos desde janeiro, quando a crise global começou”. Nesta segunda (6) a 3M ainda anunciou que vai importar 166 milhões de mascaras nos próximos 3 meses nos EUA, principalmente de sua fábrica na China, para ajudar a corresponder à demanda do mercado americano. Casos e mortes do coronavírus no Brasil em 07 e abril de 2020 Guilherme Pinheiro/G1 Initial plugin text