♪ “A morte é uma fronteira / Apenas baldeação / Se tudo vai passar / Somente a morte não”. Se lidos ou ouvidos neste momento em que o mundo caminha em marcha lenta com o objetivo de frear o contágio pelo coronavírus e os óbitos decorrentes da disseminação da covid-19, os versos escritos por Joyce Moreno para o ainda inédito samba-choro A morte é uma invenção soam extremamente atuais porque parecem versar sobre a pandemia. Mas a própria artista carioca fez questão de esclarecer, ao apresentar a letra em rede social, que os versos sobre os sentidos da morte foram escritos em dezembro de 2019, “antes de isso tudo começar”. A morte é uma invenção é parceria de Joyce com Moacyr Luz, compositor carioca que completou 62 anos no domingo, 5 de abril. A propósito, o aniversário de Moacyr foi o pretexto para Joyce divulgar em rede social a existência desse samba-choro que amplia a parceria aberta em 2017 com a composição de DNA, samba em tributo ao compositor Elton Medeiros (1930 – 2019). ♪ Eis a letra de A morte é uma invenção, parceria de Joyce Moreno com Moacyr Luz: A morte é uma invenção (Moacyr Luz e Joyce Moreno) A morte é uma invenção De quem pensou viver Foi feita pra assustar, pra esconder O que não foi, nem pode ser A morte é desmedida Virá pra mim, pra você A morte é uma extensão Do que se conheceu Do que se viu, do que se viveu Do que buscar, do que escolher A morte é igual à vida E seu contrário é nascer A morte de um país A morte dos seus sonhos De amigos, pais, irmãos, então Parece tudo estranho… A vida é passageira Num barco sem direção A morte é uma fronteira Apenas baldeação Se tudo vai passar Somente a morte não Amores, ideais, construção Tudo se faz por distração Até que a morte chegue E a morte é pura ilusão