Segundo CDLRio e SindilojasRio, vendas no varejo tiveram queda de 85% em março. Diante da crise provocada pela pandemia do coronavírus, expectativa é que 40% das lojas sejam fechadas na capital fluminense. Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, tem lojas fechadas e poucos trabalhadores na rua durante a quarentena Marcos Serra Lima/ G1 Rio O comércio carioca registrou, em março, o pior resultado da história. É o que apontam o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio). As duas entidades preveem que, diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, 40% das lojas sejam fechadas na capital. De acordo com o CDLRio e o SindilojasRio, as vendas do comércio varejista tiveram queda de 85% em março, quando as lojas ficaram abertas por cerca de 15 dias antes do início da quarentena, medida de isolamento social para tentar conter a disseminação do vírus causador da Covid-19. Aldo Gonçalves, que preside as duas entidades, disse que se a quarentena perdurar por mais dois meses o comércio carioca poderá ter 40% de suas lojas fechadas, levando ao desemprego metade dos trabalhadores do setor. Segundo ele, cada dia parado representa um prejuízo de cerca de R$ 405 milhões em vendas. “O comércio é um dos principais pilares da economia, e responde por cerca de 10% do PIB fluminense e por mais de 850 mil postos de trabalho. Proteger o comércio, em particular as empresas lojistas de pequeno e médio portes, significa, acima de tudo, neste momento de incertezas, evitar a falência dos negócios e proteger os empregos, impedindo o colapso social e econômico do nosso estado já tão combalido”, enfatizou Gonçalves. Diante do cenário, as duas entidades cobram medidas de socorro ao comércio, sobretudo aos micro e pequenos empreendimentos comerciais. Elas enfatizaram a urgência de medidas de proteção ao comércio diante do novo decreto da prefeitura do Rio, publicado nesta segunda-feira (6), que estabelece novas medidas para combate ao coronavírus. Restrição de horário para comércio e indústria Decreto da Prefeitura do Rio determina novas medidas pra enfrentar o novo coronavírus Entre as principais medidas estabelecidas no novo decreto estão novos horários de funcionamento para os estabelecimentos autorizados a abrir as portas. Enquanto a cidade estiver em estado de emergência, o comércio que continua funcionando só pode abrir as portas a partir das nove da manhã. Na indústria, o trabalho deve ter início antes das seis da manhã. Os novos horários começam a valer a partir desta terça-feira (7). Para a prefeitura, essa mudança no horário de entrada dos funcionários de cada setor vai diminuir as aglomerações principalmente no transporte público. Aglomerações no transporte público Nesta segunda-feira, mais uma vez, as estações de ônibus ficaram cheias pela manhã. No terminal de Santa Cruz do BrT, na Zona Oeste, a aglomeração de pessoas começava do lado de fora. Na estação do Recreio, mais corredores cheios. No domingo (5), durante uma transmissão pela internet, o prefeito Marcelo Crivella voltou a pedir que motoristas não dirijam com ônibus lotados. “Senhor motorista, por favor, não pare o ônibus se estiver com bancos lotados. Ao parar o ônibus, se entrar uma multidão o senhor não é obrigado a continuar dirigindo”, disse o prefeito, sugerindo aos condutores se recusarem a prosseguir viagem com o coletivo lotado. Crivella também pediu que trabalhadores dos serviços essenciais que tenham sintomas ou sejam do grupo de risco fiquem em casa. 'Efeito calateral' Além do CDLRio e do SindilojasRio, a Federação do Comércio do Rio também se mostrou preocupada com a restrição de funcionamento de estabelecimentos comerciais na cidade. Em nota, a entidade disse que qualquer alteração que diminui o horário de funcionamento tem efeito colateral, principalmente em supermercados, podendo haver aglomeração. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) declarou que pretende conversar com o prefeito Crivella hoje para propor alterações no horário de trabalho definido no decreto.