Analistas também baixaram previsão de inflação deste ano e passaram a prever corte maior dos juros em maio. Estimativas foram divulgadas nesta segunda (6) pelo Banco Central. Os economistas do mercado financeiro reduziram, pela oitava semana seguida, a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e também passaram a prever um corte maior da taxa básica de juros, a Selic, no mês de maio.
As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Para o PIB de 2020, a previsão era de uma queda de 0,48% e passou a uma contração maior: de 1,18%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
A nova redução da expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.
Nas últimas semanas, tanto o Ministério da Economia quanto o Banco Central também revisaram suas estimativas e passaram a prever estabilidade (sem alta, mas também sem contração) do PIB neste ano.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
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Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2,50%.
Corte maior na Selic
O mercado financeiro também passou a prever um corte maior na taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente na mínima histórica de 3,75% ao ano.
Até então, a expectativa dos economistas dos bancos era de que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no começo de maio, a taxa seria reduzida em 0,25 ponto percentual, para 3,5% ao ano.
Na semana passada, porém, os analistas passaram a projetar um corte maior, de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, para 3,25% ao ano, no começo de maio. A previsão é que a taxa permaneça nesse patamar até o fim de 2020.
Para o fechamento de 2021, a expectativa do mercado para a taxa Selic recuou de 5% para 4,75% ao ano, o que pressupõe alta do juro básico no ano que vem.
Inflação
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 2,94% para 2,72%. Foi a quarta redução seguida do indicador.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.
Com isso, a previsão do mercado para a inflação deste ano começa a se aproximar do piso da meta (2,5% em 2020).
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro baixou a estimativa de inflação de 3,57% para 3,50%. Essa também foi a quarta redução seguida.
No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Outras estimativas
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 permaneceu estável em R$ 4,50 por dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,30 por dólar para R$ 4,40 por dólar.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 recuou de US$ 35 bilhões para US$ 34,10 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado caiu de US$ 35,30 bilhões para US$ 35 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2020, recuou de US$ 80 bilhões para US$ 76,50 bilhões. Para 2021, a estimativa dos analistas passou de US$ 81,40 bilhões para US$ 80 bilhões.