Cantora fez longa carta compartilhada em seu site onde diz agora se 'sentir livre' e ter 'deixado passado para trás'. Duffy Reprodução/Twitter A cantora Duffy fez um longo relato sobre a última década que passou longe da música. Na carta publicada em seu site, ela dá mais detalhes sobre o sequestro e estupro que sofreu e que a fez querer se manter longe dos holofotes. Em fevereiro, Duffy já havia citado nas redes sociais que o trauma causado pela violência foi o motivo que a fez se retirar da cena musical e desistir da carreira. Agora, a cantora publicou um texto em seu site relatando mais detalhes sobre o estupro e a longa jornada para se curar do trauma. Duffy inicia o depoimento lamentando que a história contenha tristeza em um tempo em que as pessoas precisam exatamente do oposto. Ela diz que não é nenhuma acadêmica para falar sobre momentos de crises em tempos de pandemia de coronavírus — que ela cita ter servido de catalisador para divulgar sua história –, mas que pode mencionar seus próprios momentos de crises, "que foram dias trágicos". "Espero que minhas palavras sirvam de uma momentânea distração ou talvez até algum conforto para que possam sair da escuridão". Estupro "Isso foi no meu aniversário. Eu estava drogada em um restaurante, eu fiquei drogado por quatro semanas e viajei para outro país", explica Duffy, que ao longo de todo o depoimento, não revela o nome do criminoso. Ela ainda diz que durante esse período, a pessoa 'fez confissões veladas de que estava esperado para me matar". Initial plugin text "Não me lembro de entrar em um avião ou de viajar na traseira de um veículo. Fui colocado em um quarto de hotel e o criminoso voltou e me estuprou. Lembro-me da dor e tentei ficar consciente. Eu pensava em fugir enquanto ele dormia, mas não tinha dinheiro e eu tinha medo que ele chamasse a polícia e eles me colocassem como desaparecida." "Eu não me senti segura em ir à polícia. Eu senti que se alguma coisa desse errado, eu poderia ser morta. E ele poderia me matar. Eu não poderia arriscar." Duffy conta que considerou mudar seu nome para poder "sumir para outro país e deixar o passado para trás". Ela ainda cita que sentiu que não falar sobre o estupro ao longo dessa década a fazia sentir como "se o estupro fosse um companheiro e que não queria mais sentir essa intimidade". 'Tive que me libertar". "Demorou tanto tempo para eu falar, porque depois que fui estuprada e mantida em cativeiro, fugi. Eu me mudei cinco vezes nos três anos seguintes, nunca me sentindo a salvo do estuprador. Fiquei tanto tempo fugindo. Encontrei um lugar para morar, a quinta casa, não era tão confinada quanto as outras casas, onde eu sofri silenciosamente. Neste lugar que eu passaria anos solitários para encontrar a estabilidade para me recuperar, eu parei de correr e me mudar. Me senti segura. Me sinto segura agora." Duffy diz também que passou longos períodos pensando em relatar toda a história e voltar para os holofotes, mas não o fez por inúmeras questões, incluindo “o risco de enfrentar constantemente questionamentos sobre "o que aconteceu", "onde desapareceu", "por que você desapareceu", "o que você faz ao longo desses anos". Agora, ela escreve: "Agora posso deixar esta década para trás, que pertence ao passado. Espero que não haja mais 'o que aconteceu com Duffy'. Agora você sabe … E eu estou livre.' Carreira musical Em 2018, o hit “Mercy”, de Duffy, passou cinco semanas nas paradas britânicas e se tornou a terceira faixa mais vendida naquele ano. "Rockferry", seu álbum de estreia, também foi bastante aclamado. Em 2010, a cantora lançou o disco "Endlessly", mas que não foi tão bem recebido pela crítica. Com o passar dos anos após o último lançamento, o público começou a especular sobre o desaparecimento da cantora. Apesar de ser otimista sobre um possível retorno para a carreira musical, Duffy não relata planos concretos e apenas diz que está " fazendo isso para se libertar”.