A agência France Presse destacou índices que mostram os primeiros impactos da pandemia ao redor do mundo Levantamento da agência francesa France Presse mostra algumas das cifras da catástrofe econômica e social causada pelo novo coronavírus. Os indicativos vão da redução de voos comerciais até o número de desempregados. Zero Nenhum avião da Easyjet levantou voo desde que a companhia aérea britânica decidiu paralisar toda a frota. Na França, nenhum avião comercial decolou do aeroporto de Paris-Orly desde que o local fechou, na noite desta terça-feira. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo, as companhias aéreas precisam de uma ajuda de emergência de até US$ 200 bilhões devido às medidas de contenção e ao fechamento de fronteiras. Aeroporto internacional de Orly, em Paris, é visto vazio nesta quarta-feira (1) Francois Mori/G1 -5% Na Alemanha, motor econômico da Europa, o governo prevê que a atividade econômica diminuirá 5% este ano. Já a China terá crescimento neste ano de +0,1%, no pior dos casos previstos pelo Banco Mundial. Em janeiro, o aumento esperado era de 5,9%. De acordo com a agência Moody's, os países do G20 sofrerão coletivamente uma contração de 0,5% do seu PIB em 2020. Nos Estados Unidos, ela seria de -2% e na Eurozona, de -2,2%. -30% Em Wall Street, o Dow Jones registrou o pior trimestre desde 1987, caindo 23% desde 1º de janeiro. Na Europa, a queda foi ainda maior, de cerca de 30% nas principais praças. Muitos grupos industriais viram suas ações desmoronar. No setor automobilístico, por exemplo, a ação da francesa Renault caiu pela metade desde o começo do ano. O mesmo aconteceu com a montadora alemã Daimler e a americana Ford. Dividido por três Os preços dos dois barris de petróleo de referência, Brent e WTI, foram divididos por três desde o começo do ano. O movimento é resultado da junção entre demanda reduzida e uma oferta cada vez mais abundante, dentro da guerra de preços entre os maiores produtores mundiais. Trata-se da maior queda em um trimestre desde a criação destes contratos, nos anos 1980. US$ 5 trilhões As nações do G20 prometeram aportar mais de US$ 5 trilhões para tentar evitar que uma crise econômica de curto prazo se converta em uma depressão econômica de anos. Só nos Estados Unidos, a previsão é que mais de US$ 2 trilhões sejam destinados à ajuda aos lares e empresas daquele país. A França anunciou US$ 45 bilhões, dos quais US$ 8,5 bilhões serão destinados a apoiar o desemprego temporário, um sistema inspirado na Alemanha. Frente às dificuldades que alguns países terão para pagar suas dívidas, o FMI garante uma capacidade de empréstimo de US$ 1 trilhão para os próximos anos. Três milhões, oito milhões A pandemia faz temer um surto mundial de desemprego e desigualdade. Nos Estados Unidos, onde mesmo empregados com contratos longos podem ser demitidos mais facilmente, mais de 3 milhões de pessoas apresentaram pedidos de auxílio-desemprego entre 15 e 21 de março, algo nunca visto. No mundo árabe, cerca de 8 milhões de pessoas correm o risco de cair na pobreza devido à pandemia, segundo a Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental das Nações Unidas. Na Ásia, o Banco Mundial estimou que 11 milhões de pessoas correm o mesmo risco. Dobro As ações da empresa de videoconferências americana Zoom dispararam, à medida que o planeta confinado se converteu ao trabalho remoto. De US$ 68 no início deste ano, o papel passou a valer US$ 150 em 31 de março. Acontece que o programa está também na mira da Justiça americana, preocupada com o número crescente de usuários cujas reuniões foram hackeadas. Outro setor que se beneficia é o de entregas. A gigante Amazon anunciou o recrutamento de 100 mil pessoas para suas lojas e operações de entrega nos Estados Unidos. Mas apesar o crescimento vem acompanhado de críticas, em vários países, às condições de trabalho e segurança sanitária do grupo de Jeff Bezos. Initial plugin text